O maquinista Gilberto Leal Oliveira não se feriu e foi levado para Conselheiro Lafaiete, em estado de choque, segundo o sargento da PM Roberto RevelinoEle conta que a estrada de terra margeando a linha férrea é precáriaO local em que ocorreu o acidente é o ponto em que os carros fazem a transposiçãoSegundo ele, o ônibus sai ainda de madrugada da Prefeitura de Entre Rios de Minas, percorre oito quilômetros pela rodovia MGT-383 até a localidade de Castro, anda mais três quilômetros até o distrito de Brumadinho, segue para Viaduto dos Boiadeiros e retorna para Castro, onde os passageiros são deixados nas escolasA três quilômetros do local do acidente, o ônibus atravessa outra passagem de nível, também sem qualquer sinalização.
O lavrador Jésus Vicente Bernardes, de 66 anos, conta que viajava com um irmão pela estrada onde houve o acidente e que eles foram surpreendidos por duas crianças feridas subindo uma ladeira, aos prantos, pedindo socorro e mostrando o ônibus virado às margens da linha férrea"Era uma cena de horrorMuitos feridos
No Hospital Cassiano Campolina, de Entre Rios de Minas, foi montada uma força-tarefa com médicos e enfermeiros de outras cidades e quatro helicópteros foram usados para transportar os feridos mais graves para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII (HPS), em BHVárias ambulâncias e UTIs móveis foram usadas para levar feridos para hospitais de cidades vizinhas.
SOCORRO
O coronel Edson Hilário da Silva, do Comando Operacional do Corpo de Bombeiros em Minas, informou que oito bombeiros seguiram de Belo Horizonte para Entre Rios de Minas em helicópteros e outros 30 militares seguiram de Conselheiro Lafaiete e BarbacenaSegundo ele, a neblina era tanta que houve dificuldade para pousar as aeronaves no local do acidente"A travessia da ferrovia é bem precáriaA sinalização é apenas visual e não há cancelaNão se sabe se houve alerta sonoro por parte da locomotiva", disse o coronel, informando que essas e outras questões devem ser respondidas pela perícia.
O presidente do Sindicato dos Ferroviários de Conselheiro Lafaiete e Região, Paulo Adriano Pereira, denuncia que o maquinista estava com excesso de horas trabalhadas e sustenta que na região são várias passagens de nível sem cancela ou sinalização de segurança.