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Estado de Minas

Promessa de ônibus novos


postado em 03/07/2011 07:41 / atualizado em 03/07/2011 09:44

Manoel Luiz, motorista de ônibus escolar em Caraí, admite ser impossível manter veículo
Manoel Luiz, motorista de ônibus escolar em Caraí, admite ser impossível manter veículo "perfeito" (foto: Beto Magalhães/EM/D.A Press)
O projeto Caminho da Escola, do Ministério da Educação, tem como um dos principais objetivos possibilitar a melhoria da frota de veículos pelo país afora. Desde 2007, o programa atendeu 3.282 municípios, que adquiriram 12.091 ônibus com financiamento facilitado e juros subsidiados pelo BNDES ou permitindo aos municípios a participação em pregões eletrônicos. Os ônibus do projeto têm estrutura reforçada, para-choques mais altos, portas mais largas e espaço interno para cadeiras de rodas, bancos para três estudantes e corredores mais estreitos para evitar passageiros em pé.

A prefeitura de Catuji já adquiriu dois, levando a diretora da Escola Municipal Porfírio Ferreira, na comunidade de Santa Bárbara, atendida por um deles, a festejar: “O ônibus é bonitinho. Tem até lugar para cadeirante”. O motorista José Neris Chaves encontrou uma forma própria para definir a resistência dos novos ônibus: “É igual a um jegue, não quebra”. A prefeitura de Caraí tem quatro desses veículos; a de Minas Novas comprou seis e a de Chapada do Norte aguarda a chegada de dois, um menor que custou R$ 135 mil e outro maior que saiu por R$ 245 mil. “Tínhamos de ter mais incentivo do governo”, observa o secretário de Educação, Odair Macedo. Sem incentivo, as prefeituras não têm possibilidade de renovar a frota ou de adquirir veículos adequados. Os ônibus urbanos velhos que elas compram não são preparados para circular em estradas tão ruins. “As pontas de para-choque vão embora. Não tem como manter o carro perfeito”, diz Manoel Vieira Luiz, de 56, motorista de um ônibus 1992 que presta serviços à prefeitura de Caraí.

O uso do cinto é outro capítulo complicado na novela do transporte escolar. Os ônibus velhos nem têm o equipamento e, quando têm, os estudantes não usam. “A gente obriga a usar o cinto, mas eles falam que não vão colocar. Quando usam, é para esticar no corredor à noite e fazer os colegas caírem”, revela o motorista José Neris Chaves, de Catuji.
O governo de Minas prepara diagnóstico do transporte escolar do estado, por meio do qual quer otimizar o repasse de recursos.

Como ficou?

Acidente com trem
Criança ainda internada

Apenas uma vítima do acidente entre uma composição da MRS Logística e um ônibus escolar da Prefeitura Municipal de Entre Rios de Minas, no Campo das Vertentes, em 22 de junho, continua internada no Hospital de Pronto Socorro João XXIII, em Belo Horizonte, que matou três pessoas e deixou 30 feridos.A estudante Janaína das Dores Silva Resende, de 11 anos, que sofreu traumatismo craniano e fraturas generalizadas, está estável, mas seu estado de saúde ainda é considerado grave. A Polícia Civil e o Ministério Público de Entre Rios de Minas estão apurando as causas do acidente, mas o inquérito só deve estar concluído em 30 dias. A MRS Logística abriu sindicância interna para investigar o choque entre a composição, formada por sete locomotivas, e o coletivo, que transportava 50 pessoas, mas ainda não divulgou informações sobre as investigações.


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