O Ministério Público Federal (MPF) tenta garantir terra aos povos indígenas de Minas Gerais por meio da Justiça. O órgão ajuizou três ações civis públicas em favor dos Povos Indígenas Aranã, Mucuriñ e Pataxó Hã Hã Hãe. O MPF pede que Justiça Federal obrigue a União e a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) a tomar todas as providências efetivas para a demarcação de terras ocupadas ou destinadas a esses povos.
O povo Aranã mora nos municípios de Coronel Murta e Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, e já foi oficialmente reconhecida pela Funai. No entanto, a fundação vem adiando a realização dos estudos para identificação e delimitação de um território para esse povo. Em pior situação está o povo Mucuriñ que vive em Campanário. O grupo requereu, em 2005, a abertura de processo visando o reconhecimento étnico e até hoje não recebeu resposta. A terra tradicionalmente ocupada pela comunidade foi alvo de usurpação e grilagem, estando atualmente ocupada por fazendeiros
O caso mais dramático é o dos Pataxó Hã Hã Hãe. Esse povo, originário do sul da Bahia, foi levado para o Vale do Jequinhonha, em Minas, pela própria Funai na década de 70. A comunidade, que atualmente mora no Município de Bertópolis. Nos anos 60, o extinto Serviço de Proteção ao Índio promoveu assentamentos dentro da reserva indígena, dando origem a graves conflitos fundiários entre os fazendeiros ocupantes e os índios. Entre 1970 e 1980, o governo do Estado da Bahia distribuiu títulos de propriedade aos fazendeiros, obrigando os índios a dividirem seus territórios com os latifundiários. Passados tantos anos, os Pataxós nunca foram instalados em uma terra onde pudessem perpetuar sua cultura e costumes. Eles também não recebem qualquer tipo de assistência dos órgãos de proteção aos índios.
Reposta da Funai
Sobre os Mucuriñ a Administração Regional do órgão em Valadares e a Coordenação de Estudos e Pesquisas (CGEP) informou que o processo de identificação encontrava-se na Diretoria de Assuntos Fundiários. Esta, por sua vez, desmentiu a informação e alegou que nem mesmo existe pleito relacionado aos Mucuriñ em seus cadastros.
Em relação aos Pataxó Hã Hã Hãe a Funai informou que, no caso de indígenas oriundos de outros estados, devem ser esgotadas todas as tentativas para seu retorno à terra de origem ou ser providenciada sua instalação em outra terra indígena junto com outros povos.
Justiça
Nas ações, o MPF pede que a Justiça obrigue a Funai a constituir, no prazo máximo de 60 dias, grupo técnico para realizar os trabalhos de identificação e delimitação das terras ocupadas pelos Aranã e Mucuriñ, e, no caso, dos Pataxó Hã Hã Hãe, para a delimitação de uma reserva indígena, direito que lhes é assegurado pelo artigo 26 do Estatuto do Índio.
O povo Aranã mora nos municípios de Coronel Murta e Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, e já foi oficialmente reconhecida pela Funai. No entanto, a fundação vem adiando a realização dos estudos para identificação e delimitação de um território para esse povo. Em pior situação está o povo Mucuriñ que vive em Campanário. O grupo requereu, em 2005, a abertura de processo visando o reconhecimento étnico e até hoje não recebeu resposta. A terra tradicionalmente ocupada pela comunidade foi alvo de usurpação e grilagem, estando atualmente ocupada por fazendeiros
O caso mais dramático é o dos Pataxó Hã Hã Hãe. Esse povo, originário do sul da Bahia, foi levado para o Vale do Jequinhonha, em Minas, pela própria Funai na década de 70. A comunidade, que atualmente mora no Município de Bertópolis. Nos anos 60, o extinto Serviço de Proteção ao Índio promoveu assentamentos dentro da reserva indígena, dando origem a graves conflitos fundiários entre os fazendeiros ocupantes e os índios. Entre 1970 e 1980, o governo do Estado da Bahia distribuiu títulos de propriedade aos fazendeiros, obrigando os índios a dividirem seus territórios com os latifundiários. Passados tantos anos, os Pataxós nunca foram instalados em uma terra onde pudessem perpetuar sua cultura e costumes. Eles também não recebem qualquer tipo de assistência dos órgãos de proteção aos índios.
Reposta da Funai
Sobre os Mucuriñ a Administração Regional do órgão em Valadares e a Coordenação de Estudos e Pesquisas (CGEP) informou que o processo de identificação encontrava-se na Diretoria de Assuntos Fundiários. Esta, por sua vez, desmentiu a informação e alegou que nem mesmo existe pleito relacionado aos Mucuriñ em seus cadastros.
Em relação aos Pataxó Hã Hã Hãe a Funai informou que, no caso de indígenas oriundos de outros estados, devem ser esgotadas todas as tentativas para seu retorno à terra de origem ou ser providenciada sua instalação em outra terra indígena junto com outros povos.
Justiça
Nas ações, o MPF pede que a Justiça obrigue a Funai a constituir, no prazo máximo de 60 dias, grupo técnico para realizar os trabalhos de identificação e delimitação das terras ocupadas pelos Aranã e Mucuriñ, e, no caso, dos Pataxó Hã Hã Hãe, para a delimitação de uma reserva indígena, direito que lhes é assegurado pelo artigo 26 do Estatuto do Índio.