Deixar tudo para a última hora, não respeitar prazos, agir apenas sob pressão. Estes parecem ser os lemas do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Quatro dias depois da data limite, fixada pela própria autarquia, para instalação das duas balanças que fiscalizarão os caminhões que passam pelas pontes provisórias instaladas no Rio das Velhas, no km 454 da BR-381, em Sabará, na região metropolitana, o Dnit ainda não sabe onde um dos equipamentos serão colocados. Aliás, o Dnit não tem os equipamentos à disposição. Eles serão emprestados pelo Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG). Nesta segunda-feira, depois de se reunir com a cúpula da Polícia Rodoviária Federal (PRF), o órgão confirmou o uso das balanças.
A falta de balanças já gerou protestos de caminhoneiros, que chegaram a bloquear a passagem pela estrutura provisória entre 29 e 30 de junho. Eles exigem a pesagem, uma vez que o tráfego na ponte está restrito a veículos com carga inferior a 60 toneladas. Muitos alegam que, apesar de estarem trafegando em veículos proibidos na ponte, como bitrens e rodotrens, levam carga inferior ao limite suportado pelo ponte, o que inclusive é atestado pela nota fiscal. Porém, sem a pesagem, são obrigados a enfrentar longos desvios.
Alguns caminhoneiros preferem pagar até R$ 100 para atravessar a ponte ao invés de enfrentar o trajeto mais longo. Foi criado um comércio paralelo em que carreteiros esperam na ponte a chegada de um bitrem, por exemplo. Assim que o desavisado profissional recebe a informação de que a passagem está proibida para aquele tipo de veículo, lhe é oferecida a travessia por partes.
Policiais federais rodoviários, responsáveis pela fiscalização no trecho, também querem a instalação dos aparelhos. Eles acreditam que só assim será possível ser justo ao permitir ou negar a passagem.