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Estado de Minas

MP e Justiça admitem que documentos falsos podem ter beneficiado chefe do tráfico


postado em 13/07/2011 06:00 / atualizado em 22/07/2011 18:13


A fuga do traficante Roni Peixoto, beneficiado pelo regime semiaberto, levou o Ministério Público e o Judiciário a admitirem que não têm como confirmar a veracidade dos documentos anexados aos processos quando se trata de pedidos de emprego externo para presos condenados. Em 13 de maio, a promotora da Vara de Execuções Criminais (VEC) de Contagem, Luciana Cristina Gianmasi, deu parecer favorável a solicitação de emprego para Roni Peixoto. O juiz Wagner de Oliveira Cavalieri acatou o pedido dos advogados Camila Miranda e Sânzio Reis Barbosa, para que o cliente trabalhasse num local identificado como Centro Automotivo Apolo Ltda., mas o endereço e a documentação apresentados são do Centro Automotivo Moraes. O MP deve pedir à Polícia Civil instauração de inquérito para apurar a suposta falsificação de documentos.

Quinta-feira, Roni saiu da Penitenciária José Maria Alkimin, em Ribeirão das Neves, Grande BH, supostamente para trabalhar e fugiu. Ele é condenado a 31 anos de prisão e considerado o comandante do tráfico de drogas na Pedreira Prado Lopes, no Bairro São Cristóvão, Região Nordeste de Belo Horizonte, além de ser apontado como braço direito do megatraficante carioca Fernandinho Beira Mar.

Também foi anexada ao processo uma declaração do Centro Automotivo Apolo, indicando que o traficante receberia salário de R$ 650 mensais como auxiliar administrativo, trabalhando de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, com intervalo de duas horas para almoço.

Advogados

De acordo com a assessoria de imprensa do Ministério Público, “todo parecer dos promotores de Justiça é baseado na documentação apresentada pelos advogados e não há como saber se ela é falsa”. A assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de Minas afirmou que, nesses casos, os juízes somente agem quando legalmente provocados. “A decisão que autorizou o trabalho de Roni Peixoto foi baseada nos documentos apresentados pelos representantes do réu, incluindo a carta de emprego da oficina, cópia do CNPJ e o contrato social da empresa, que tem quatro vias. Diante dessa documentação, o juiz autorizou a saída para o trabalho. Quanto à veracidade, a Vara de Execuções Criminais não tem como verificar a autenticidade dos documentos que são apresentados pelo advogado legalmente constituído pelo réu. Sendo assim, em caso de irregularidade, os responsáveis vão responder criminalmente e essa responsabilização fica a cargo do Ministério Público”, informou o TJMG.

O Centro Automotivo Apolo fica na Rua Ituiutaba, no Barro Preto, Região Centro-Sul de Belo Horizonte. A pessoa que assina a suposta declaração da empresa, Fabiano de Oliveira, não existe, segundo os responsáveis pela oficina.

Na decisão da promotora, ela se diz favorável à autorização para Roni trabalhar mediante apresentação mensal de frequência e envio de cópia da carteira de trabalho assinada pelo empregador. Os advogados Camila Miranda e Sanzio Reis foram procurados pelo Estado de Minas e não quiseram falar. De acordo com o escritório Linhares Reis Advogados, onde os dois atuam, a família do traficante entregou o pedido de emprego com a documentação da empresa aos defensores, e estes os encaminharam à Justiça. A promotora, o juiz e os dois sócios do Centro Automotivo Moraes não quiseram comentar o assunto.


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