Um dia depois de as blitzes da Lei Seca ganharem as ruas da capital, clientes de bares já estão mudando de hábito na hora de ir para casa e até recebem incentivo de donos, gerentes e funcionários dos estabelecimentos
O aposentado Pedro Godoi, de 69, nessa sexta-feira saiu para beber sem se preocupar“Já combinei com meu filho e ele vai me buscarNão que ele esteja abrindo mão de aproveitar a noite, mas é porque ele não bebe mesmo”Maurício Salles, de 61 anos, também não abriu mão do chope“Moro perto e vou a péMas, se preciso, vou até de bicicleta para casaSó não dá para beber e dirigirSou a favor da campanha educativa e também das blitzes”
O taxista José Magalhães , de 60, não apenas aprova a ideia como carrega no vidro traseiro do carro que trabalha um painel alusivo à campanhaMagalhães conta que quando entrou em vigor a Lei Seca, em junho de 2008, houve uma procura maior de cliente de bares pelo serviço de táxi
Para o taxista, seu apoio à campanha não se limita apenas ao maior lucroEle analisa que a retirada dos motoristas alcoolizados das ruas significa segurança para quem enfrenta o trânsito da madrugadaEm 10 anos de profissão, José Magalhães diz que nunca se envolveu em acidentes, mas já teve que fazer manobras rápidas para evitar batidas quando o outro condutor demonstrava estar embriagado“Uma corrida para um local distante fica em média em R$ 50, o que não é caro quando se fala em preservar a vida”
O comerciante Sérgio Carvalho e o gerente Elvis Rodrigues concordam que, na mudança de hábitos, o uso do “motorista da rodada” ainda é incipiente“Ninguém que gosta de beber senta numa mesa e fica olhando”, sugere SérgioElvis, por sua vez, diz que é mais fácil arrumar alguém para dar uma carona que convencer alguém a ser um motorista da rodada