Entidades que defendem a preservação do Mercado Distrital do Cruzeiro, no bairro de mesmo nome, na Região Centro-Sul de BH, buscaram a Justiça para se resguardar de qualquer ameaça de descaracterização do centro de compras. A seção mineira do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB-MG) e a Associação dos Cidadãos do Bairro Cruzeiro (Amoreiro), a partir de uma ação civil pública, solicitam o arquivamento definitivo do projeto que pretende transformar a atual estrutura em um empreendimento que abrigará, além dos atuais permissionários do mercado, dois hotéis, lojas, restaurantes e 1,9 mil vagas de estacionamento.
“Se o autor da ideia continua agindo, entendemos que o projeto que pretende demolir o mercado pode voltar a qualquer momento”, afirma Patrícia. A petição também exige a apresentação de um estudo de impacto de vizinhança por parte do empreendimento, além de declarar a importância ambiental, urbanística, histórica e arquitetônica do mercado, da Praça Jornalista Achilles Reis e do Parque Amilcar Vianna Martins, vizinhos ao centro de compras. A presidente do IAB-MG, Cláudia Pires, ressalta que a ação civil pública reforça o entendimento dos moradores. “Ela resguarda também a integridade do bem construído.”
O diretor da Santec, Júlio Amaro, afirma que a correspondência direcionada aos permissionários do mercado foi enviada com a autorização da prefeitura. “Mandei uma circular para garantir que todos se informassem corretamente sobre o projeto e analisarem do que estão abrindo mão. No meu entendimento, o projeto está suspenso, mas não está interditado.” Amaro só teve conhecimento da ação civil pública pelo Estado de Minas e ficou surpreso com a iniciativa. “Apresentei um trabalho em resposta a um procedimento aberto pela prefeitura. Não há nada de errado com isso. Se alguém tem que ser indenizado sou eu, já que gastei tempo e dinheiro com isso.” A prefeitura limitou-se a informar que o projeto de mudanças no Mercado do Cruzeiro está suspenso.