O Estado de Minas ouviu representantes de sete das cidades participantes do PACEm todas, exceto Ouro Preto, reclama-se da lentidão do programaAnimados com a promessa dos recursos, representantes dos municípios de Barão de Cocais, Cataguases, Diamantina, Sabará, Belo Horizonte e Paracatu estão agora mergulhados na falta de informação e põem a iniciativa em xequeA alternativa para as cidades tem sido buscar outras fontes de financiamento para executar obras como a restauração de igrejas, casarões e prédios públicos“É uma angústia muito grande”, diz a secretária municipal de Patrimônio Cultural de Sabará, na Grande BH, Kelly Cardozo, informada pelo Ministério da Cultura, pasta do governo federal à qual o Iphan está submetido, de que não haveria verba para este ano.
“Criamos uma expectativa na comunidade, que teve participação direta na escolha das ações em Sabará, e nada aconteceu”, critica KellyCom R$ 30,4 milhões previstos pelo PAC Cidades Históricas, Sabará esperava pôr fim a um jejum de 20 anos de exclusão das políticas de atenção ao patrimônioA estratégia na cidade era se preparar para receber turistas na Copa’2014 com recursos do PAC
Capital
Belo Horizonte é a cidade com maior aporte de recursos prometidos pelo PAC: R$ 82,9 milhões, a serem aplicados na restauração do viaduto de Santa Tereza, no Hipercentro de BH, na revitalização do Teatro Francisco Nunes, no Parque Municipal, no inventário do patrimônio do Mercado Central, entre outras açõesMas, até agora, a capital mineira não recebeu recursos“Aguardamos retorno em relação aos recursos do PAC, que está em análise pelo Ministério da Cultura”, afirma Edilane Carneiro, diretora de Planejamento da Fundação Municipal de Cultura de BHSegundo ela, a prefeitura tem buscado outros meios para tirar os programas do papelA restauração dos jardins, projetados por Burle Marx, e a reforma dos móveis da Casa Kubitschek, na Pampulha, serão feitas pelo programa Adote um bem culturalA reforma do Francisco Nunes é bancada com recursos da prefeitura e de outras fontes do tesouro nacional
Em Cataguases, cidade que tem previsão de receber R$ 29,9 milhões, a alternativa para não deixar ruir um dos bens tombados eleitos na lista de prioridades foi buscar outras fontes de recurso para restauração
A única da lista
Erguida por volta de 1700, a Igreja Matriz Nossa Senhora de Nazaré, em Cachoeira do Campo, distrito de Ouro Preto, é a única com verba prevista pelo PAC das Cidades Históricas em MinasO imóvel segue estilo nacional português e caracteriza a primeira fase do barroco mineiroNo templo católico, o português Manuel Nunes Viana (1670-1738) foi sagrado, em 1708, primeiro governador de Minas, durante a Guerra dos EmboabasA igreja foi tombada em 1949 e, desde 2005, aguardava recursos para revitalização“A reforma inclui, principalmente, a restauração de elementos artísticos”, afirma a assessora especial da Secretaria Municipal de Patrimônio e Desenvolvimento Urbano, Maria Cristina Cairo