Jornal Estado de Minas

Ex-guardas municipais se acorrentam para protestar contra demissões

Daniel Silveira
Os ex-guardas municipais Renato Rodrigues, Anderson Acássio e Welligton Cesário fazem greve de fome na porta da Prefeitura de Belo Horizonte - Foto: Cristina Horta/EM/D.A Press


Na noite desta terça-feira, três ex-guardas municipais de Belo Horizonte se uniram com correntes e sentaram na escadaria da sede da prefeitura, na Avenida Afonso Pena, prometendo ficar por lá, em greve de fome, pelos próximos três diasA ação é um protesto pelas demissões dos três, que alegam represália por cobrarem da administração municipal mais atenção à Guarda Municipal.

A manifestação foi motivada pela demissão do então presidente da Associação de Guardas Municipais da Região Metropolitana de Belo Horizonte, Wellington José Nunes Cesário, publicada na edição desta terça-feira do Diário Oficial do Município, assinada no dia anterior pelo prefeito Marcio Lacerda.

“O Wellington foi demitido porque vinha denunciando diversas irregularidades na Guarda, como desvios de verbas e nepotismoEu fui demitido duas vezes: uma em 2009, acusado de partidarismo político, porque apoiava a candidatura do Leonardo QuintãoProcurei a imprensa e a Câmara Municipal e quando Lacerda assumiu fui readmitidoPorém quatro meses depois fui demitido novamente”, conta Renato Rodrigues da Conceição.

Além de Wellington e Renato, participa também do protesto Anderson Acassio, demitido em 2007Ele teria sido acusado de apresentar assuntos internos da Guarda à imprensa, denunciando irregularidades“Nós três somos acusados de realizar movimentos reivindicatórios, denegrindo a imagem da Guarda Municipal, quando o que queremos é valorizar e proteger a instituição”, afirma Renato.

Por meio de sua assessoria, a Secretaria Municipal de Segurança Urbana e Patrimonial (SMSEG) esclareceu que Renato, Anderson e Wellington foram demitidos depois de sofrerem processos administrativos decorrentes de faltas cometidas no exercício de suas funçõesTais falhas, que seriam de conduta, não foram detalhadas à reportagem, mas foi garantido que os três tiveram direito à ampla defesa.

Sobre as denúncias apresentadas pelos ex-guardas de que haveria desvio de verbas e nepotismo na Guarda Municipal, a assessoria da SMSEG afirmou que são infundadas e levianasAlém disso, foi informado que a Guarda Municipal já abriu um procedimento para verificar o desvio do fardamento usado pelos três durante o protesto, uma vez que as fardas foram devolvidas por eles quando demitidosA instituição teria acionado a Polícia Militar nesta noite para averiguar o uso indevido dos uniformes.