Belo Horizonte aparece na 16ª posição no ranking das capitais brasileiras com maior números de casos de hepatite registrados em 10 anos. Segundo o estudo divulgado pelo Ministério da Saúde, nessa quinta-feira, a capital mineira registrou, entre 2000 e 2010, 798 casos da doença dos tipos A,B e C.
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Hepatites mataram mais de 20 mil pessoas no Brasil em uma décadaAs novas pistas sobre surto misterioso de hepatite que levou crianças a transplante de fígadoNa Região Sudeste, Belo Horizonte só ganha de Vitória, a capital do Espírito Santo, em número de casos registrados. São Paulo, com 3. 718 casos, e Rio de Janeiro, com 2.092, encabeçam a lista.
Números altos
Em uma década, as hepatites virais mataram mais de 20 mil pessoas no Brasil. De 2000 a 2010, foram registradas 20.771 mortes causadas diretamente pelos cinco tipos de hepatite (A,B,C,D e E). Mais de 70% delas foram provocadas pela hepatite tipo C, a mais agressiva, o equivalente a 14.873 mortes.
A transmissão ocorre pelo contato com sangue ou secreções contaminadas pelo vírus, por exemplo, durante a relação sexual sem o uso de preservativos e objetos cortantes, como alicate de unha e equipamentos usados em tatuagem e piercing.
De acordo com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, apesar dos altos números, a prevalência da doença é considerada de baixa a intermediária no Brasil em comparação com outros países.
Para conter o avanço da doença, o governo federal mudou as regras para o tratamento da doença na rede pública, o que permite o prolongamento da terapia. A partir de agosto, serão disponibilizados testes rápidos, com capacidade de diagnosticar a hepatite em 30 minutos. Atualmente, o resultado demora cerca de 15 dias.
Em 2011, a vacina contra a hepatite B foi ampliada para jovens com até 24 anos. No ano que vem, a faixa etária passará para até 29 anos. O ministro alertou que a população deve começar a prevenir a doença dentro de casa, evitar o uso comum de objetos, como lâmina de barbear ou alicate de unha.
“Estudos detalhados da presença da hepatite C em pequenas comunidade mostram alta concentração em membros de uma mesma família, com faixas etárias diferentes. Isso sinaliza a possibilidade de que a transmissão ocorreu dentro de casa com o uso de utensílios e materiais. O pai que ensina o filho a fazer a barba com a mesma lâmina de barbear ou a mãe e filha usam o mesmo alicate”, disse o ministro.