Jornal Estado de Minas

Corpo de engenheiro mineiro morto no Peru deve ser enterrado só na terça-feira em BH

João Henrique do Vale Glória Tupinambás
O corpo do Engenheiro Mário Bittencourt, de 61 anos, deve ser enterrado somente na terça-feira
A informação foi passada pelo irmão dele, Cláudio Antônio Soares Bittencourt A previsão é que os restos mortais de Bittencourt, chegue no brasil na madrugada de segunda-feira Neste domingo, o corpo de Mário não foi embarcado no voo da TACA por "excesso de bagagem"Já o do geólogo Mário Guedes, já está a caminho de São Paulo, onde será velado.

Os dois profissionais, que trabalhavam para a empresa brasileira Leme Engenharia, foram encontrados mortos na manhã de quarta-feira, 27, na cidade de Pión, no Norte do Peru, dois dias depois de desaparecidosEles integravam um grupo que fazia - Foto: Arte/Soraia Pivalevantamentos para a construção de uma hidrelétrica na região

A LEME Engenharia informou através de nota, que “realizou todos os trâmites legais e empenhou todos os recursos que estavam a seu alcance para que os corpos fossem embarcados no mesmo voo Na chegada neste domingo ao país, quando um profissional da LEME Engenharia foi receber os corpos para providenciar o traslado para as cidades de São Paulo (Mário Guedes) e Belo Horizonte (Mário Bittencourt), foi informado pela TACA Airlines que o corpo do engenheiro Mário Bittencourt não havia sido embarcado em Lima por problemas operacionais.

O irmão de Mário Bittencourt informou que o corpo deve deixar Lima, no Peru, por volta das 21h50 e deverá chegar no Rio de Janeiro às 5hDevido a demora para trazer os restos mortais para Belo Horizonte, o enterro só deve acontecer na terça-feira

Causa das mortes ainda é mistério

A primeira autópsia feita pela polícia peruana nos corpos foi inconclusivaO embaixador do Brasil no país, Carlos Alfredo Lazary Teixeira, recebeu no sábado as primeiras informações sobre o inquérito aberto pela Polícia do Peru, que tomou o depoimento das pessoas que estiveram com os dois brasileiros antes da prospecção de campo que os dois foram fazer quando desapareceram.

Em entrevista à Agência Brasil, o embaixador contou que ambos foram vistos pela última vez na última segunda-feira (25), na hora do almoço
Eles tinham saído para fazer um trabalho de campo, para ver onde seria o melhor lugar para construir uma hidrelétrica no Rio MarañónA empresa Leme Engenharia foi subcontratada pela empresa peruana SIZ para fazer a prospecção"Quando escureceu e eles não apareciam, foi dado o alerta e começaram as buscas", disse LazaryOs dois corpos foram encontrados na manhã de quarta-feira – no mesmo dia em que a presidenta Dilma Rousseff desembarcava em Lima para assistir à posse do novo presidente do Peru, Ollanta Humala.

Segundo informações da polícia, um dos corpos foi achado a 40 metros da estrada principal e o outro, a um quilômetro de distânciaTudo indica que um dos brasileiros passou mal e caiu e o segundo continuou caminhando, provavelmente para pedir ajuda

A autópsia revelou que não havia qualquer sinal de violência e que os dois tinham um edema no pulmão e outro no cérebroA imprensa e médicos locais especulam que os brasileiros morreram de uma parada cardiorrespiratória, possivelmente provocada por envenenamentoO certo é que não houve roubo, já que os pertences do geólogo e do engenheiro, como carteira, celular e câmara fotográfica estavam junto aos corpos.

Perto do local onde foram encontrados os corpos houve, há dois anos, uma revolta indígena contra uma lei que permitia a expropriação de suas terras, se fosse de interesse nacionalA polícia reprimiu o protesto e vários policiais foram mortos – alguns deles degoladosNo Peru, existe muita resistência, por parte da população nativa, a grandes projetos das áreas de mineração e energia que são realizados sem consulta prévia e colocando em risco o meio ambiente ou a propriedade das erras indígenas
Daí, a especulação sobre o possível envenenamento intencional dos dois brasileiros.

Mas tanto a polícia quanto a Embaixada do Brasil evitaram qualquer especulação sobre a morte dos brasileirosEles preferem esperar os resultados dos exames de laboratório e do inquéritoAs famílias e a empresa colocaram seu próprio advogado para acompanhar as investigações"Vamos acompanhar o inquérito até que seja tudo esclarecido", disse o embaixador Lazary Teixeira

Com Agência Brasil