O acidente dessa quarta-feira foi registrado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) bem debaixo de um dos aparelhos desligados, por volta das 11h30De acordo com a ocorrência da PRF, um Honda Civic reduziu a velocidade bruscamente para passar sob o aparelho sem energia elétrica ou flash e que exibe limite de 80 km/hUm Fiorino que vinha logo atrás, embalado, não conseguiu frear a tempo de parar e atingiu a traseira do veículo mais lentoNinguém se feriu com o choque, mas, segundo policiais rodoviários do posto de Sabará, o motorista do Fiorino sabia que o radar não funcionava e por isso manteve sua velocidade.
Segundo fontes do consórcio Supervias, que é o encarregado de implantar os detectores de velocidade na rodovia, apenas oito dos 18 radares que o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) instalou entre janeiro e abril deste têm energia elétrica para funcionarAlém desses problemas, a reportagem encontrou cinco radares da rodovia visivelmente inoperantesApesar de terem placas informando sobre a fiscalização e os limites de velocidade – entre 60 km/h e 80 km/h –, os aparelhos não tinham os cabos de energia conectados, câmeras para registrar as infrações e flash para iluminar os flagrantes noturnos.
Segundo o especialista em transporte e trânsito Paulo Rogério da Silva Monteiro, os radares sem funcionar, em meio a aparelhos que registram abusos de velocidade, funcionam por um tempo, mas, depois têm o efeito contrário“Isso causa confusão e não ajuda a educarO motorista que respeita a sinalização acaba sendo prejudicadoCorre perigo ao reduzir a velocidade, sendo que quem vem atrás continua rápido”, afirmaDe acordo com a assessoria de imprensa do Dnit em Brasília, o prazo para instalação dos 24 radares prometidos para o trecho, até o fim de 2012, é o mesmo para o acionamento dos aparelhos que não funcionam.
Nessa quarta-feira, a empresa que instala os aparelhos seguia conectando cabos de energia subterrâneos nos aparelhos, mas sem acionar nenhum deles
O pacote de radares do Dnit prevê a instalação de 410 equipamentos de controle de velocidade nas estradas que cortam o estado até 2012A medida antecede a duplicação da via sinuosa – que ganhou o título de Rodovia da Morte devido à quantidade de acidentes fatais –, enquanto a solução definitiva, a duplicação, não se torna realidadeO prazo para a licitação dos projetos dos próximos dois lotes da obra termina neste mês.