Jornal Estado de Minas

"Daqui a três anos ele está de novo na minha casa", diz irmã de borracheiro condenado

Acusação e defesa não ficaram satisfeitas com a senteça de 15 anos e pretendem recorrer

João Henrique do Vale

A irmã do borracheiro que matou a ex-mulher a tiros em um salão de beleza de Belo Horizonte comemorou a pena de 15 anos, definida nesta sexta-feira pela Justiça

Após o anúncio da sentença, Luciana Maria Estela Soares, de 40 anos, disse que em breve o irmão poderá voltar ao convívio dos familiares“Infelizmente, quero pedir desculpas ao povo que queria a pena de 30 anosComo José Arteiro falou, estamos no Brasil não nos Estados Unidos”, declarou.  "Estou até felizO povo aclamava 30 anos, mas ele só vai ficar 15Daqui a três anos, ele está de novo na minha casa”, comemorou.

Já a sobrinha da vítima, Nayara Dutra de Morais, queria a pena máxima“Quinze anos é poucoEle tinha de ser condenado a no mínimo 30Ele matou duas pessoas, ela e o pai, que morreu sete meses depois”, afirmou

As duas partes não ficaram satisfeitas com a sentença e pretendem recorrerO advogado da família da vítima, Marco Antônio Siqueira, achou que a acusação saiu vitoriosa, mas que a pena deveria ser maior, tamanha a gravidade do crime
Já o advogado de defesa, Ércio Quaresma, alegou que o réu não tem antecedentes criminais, e por isso, deveria pegar a pena mínima, que seria de 12 anos.

O crime

Por volta das 8h40 de 1º de janeiro do ano passado, Fábio invadiu o salão de beleza de Maria Islaine, no Bairro Santa Mônica, Região de Venda Nova, e disparou oito tiros a queima roupa contra elaQuatro acertaram no peito, três nas costas e um na cabeçaAlguns clientes que estavam no local presenciaram o crimeA ação foi filmada pelas câmeras de segurança instaladas no interior do estabelecimento.

O borracheiro teria cometido o assassinato por estar inconformado com o fim da relação e com a partilha dos bensEle já havia ameaçado a cabeleireira que registrou diversos boletins de ocorrência denunciando FábioQuando ela morreu, a família entregou cópias das queixas à polícia, alegando que a tragédia já era anunciada e que nenhuma providência havia sido tomadaEm abril de 2009, Fábio foi enquadrado na Lei Maria da PenhaEle também tinha uma ordem judicial para não se aproximar de Maria Islaine.