Giovana Antunes Benvenuto, de 16 anos, ex-aluna do 2º ano do ensino médio da Escola Estadual Ari da Franca, em Belo Horizonte, conta que a espera se transformou em martírio e culminou em sua transferência para uma escola da rede particular“Acho que um ano na escola faz uma diferença muito grande para a minha vida, então resolvi tomar a atitude por mim mesma”, conta
Uma decisão que pesou no orçamento da família e vai exigir da menina esforço sem precedentes“Vamos pagar R$ 490 de mensalidade, fora material escolar e transporteAgora, vou ter que achar um estágio e me dedicar como nunca fiz na minha vida”, afirma a aluna que havia entrado para a rede estadual este ano e já se deparou com a paralisação“Sabia que provavelmente teria greve este ano, mas desta vez os professores passaram dos limites”, diz a estudante.
Tédio
Sem cogitar a transferência para uma escola particular, a rotina de Luíza Maria Lopes, aluna do 2º ano do ensino médio da Escola Estadual Maestro Villa-Lobos, em BH, se transformou em um misto de tédio e expectativa Ela passa o dia entre computador e televisão“Minha rotina é acordar, não fazer nada, ficar no computador e na televisão o dia inteiro”, afirma Luíza, ainda sem expectativa do que vai fazer
Enquanto vê os colegas do 3º ano do ensino médio voltarem aos estudos, com a contratação de professores substitutos pelo governo do estado, ela questiona como ficará a sua situação, mergulhada em indefinição“Como vou fazer com o meu futuro? Estão falando que vamos perder o anoVou perder um ano da minha vida por causa da greve?”, afirma a garota “Estou me sentindo muito prejudicada”, conta“De vez em quando, estudo um pouco em casa, tento reler as matérias, mas não é a mesma coisa.”