A greve dos professores da rede estadual pode parar na Justiça
O MP intermediou uma reunião, nessa quarta-feira pela manhã, entre os secretários de Estado de Educação, Ana Lúcia Gazzola, de Planejamento e Gestão, Renata Vilhena, e de Governo, Danilo de Castro, com os representantes do Sindicato Único dos Trabalhos em Educação (Sind-UTE)Os professores rejeitaram a proposta do estado de um piso salarial de R$ 712,20, para uma jornada de 24 horas semanais, a partir de janeiro de 2012Eles insistem num piso de R$ 1.597Segundo Alceu Marques, o valor indicado pelo estado atende a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que estabelece piso nacional para professores da rede pública de R$ 1.187, para 40 horas por semanaA legislação prevê a proporcionalidade
A presidente do Sind-UTE, Beatriz Cerqueira, contestou a proposta argumentando que ela não leva em consideração o tempo de serviço nem o nível de formação do profissionalPela tabela, o piso vai contemplar igualmente profissionais formados no nível médio, superior e com pós-graduação lato sensu (especializações)A manutenção dos atuais vencimentos de quem tem mestrado e doutorado – R$ 819,43 e R$ 999,70, respectivamente – também desagradou ao sindicato
Nesta quinta-feira, a Secretaria de Educação abre prazo para que profissionais que estão no modelo antigo (salário com base no piso) optem pelo subsídioEles terão até 31 de outubro para fazer a migração, que vai contemplar aperfeiçoamentosUm deles é de que a cada três anos de efetivo serviço no magistério haja progressão, promoção e aumento salarialA proposta será encaminhado à Assembleia Legislativa nos próximos diasA escolaridade também deverá ser valorizada no sistema de subsídio, com ganhos financeiros maiores
O procurador-geral de Justiça disse que ninguém ficará prejudicado “Houve um achatamento dos salários, mas a situação deve ser analisada caso a caso, pois a pessoa que se sentir prejudicada pode migrar para o subsídio
Prejuízos
O governador Antonio Anastasia esteve nessa quarta-feira em Brasília (DF) com o ministro da Educação, Fernando HaddadEle conversou sobre a paralisação dos servidores e destacou as ações do governo para amenizar os prejuízos aos estudantes sem aulaO ministro demonstrou apoiou às ações do estado“O governador está tomando providências para dar atendimento aos estudantes com a contratação dos temporáriosÉ uma situação emergencial e é preciso, nesse momento, dar suporte aos estudantes que estão concluindo o ensino médioÉ preciso mobilizar o que estiver à disposição”, afirmou Haddad.
Segundo Renata Vilhena, a proposta de R$ 712 impactaria o estado em R$ 763 milhões“Pelo o que o sindicato quer, seriam R$ 3,7 bilhões, além dos R$ 7,7 bilhões gastos atualmenteO governo não é irresponsável”, afirmouSobre as conversas em Brasília, ela destacou: “Para o governo federal nos ajudar a arcar com os custos, é preciso mudar a portaria, pois só podem ter verba extra as unidades da Federação que não recebem a complementação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e só seis estados do Nordeste se enquadram nesse critério”, disse.
A proposta do governo
Piso salarial de todos os professores passa de R$ 369 para R$ 712
O novo vencimento base contempla quem já está na rede estadual
Além do piso, o salário contará com todas as gratificações, como biênios e quinquênios
Os novatos entrarão ganhando o subsídio – R$ 1.122O valor incorpora, numa única parcela, todas as vantagens e, por isso, o profissional não terá mais as gratificações
O piso vai contemplar profissionais formados no nível médio, superior e com pós-graduação lato sensu (especializações), independentemente do
tempo de serviço
Quem tem mestrado ou doutorado terá a mesma base de vencimentos atual: R$ 819,43 e R$ 999,70, respectivamente