O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) e o deputado estadual Rogério Correia (PT) denunciaram que policiais estariam intimidando a categoria por causa da paralisação, que teve início em junho. “Há uns dez dias eles ficam monitorando o sindicato a distância. Eles param o carro e seguem os carros de som e do sindicato. Acho até que meu celular está grampeado”, afirma a coordenadora do Sind-UTE/MG, Beatriz Cerqueira.
Nesta manhã, o deputado foi até a sede do sindicato no Bairro Floresta, na Região Leste de Belo Horizonte, e abordou o suposto policial, que estava parado próximo ao local. Ao ser perguntado porque estava próximo ao sindicato, o homem não quis falar sobre o assunto e tentou arrancar o carro. Como foi impedido, ele desceu do veículo e foi embora a pé.
Por meio de nota, a Polícia Militar ressaltou a filosofia usada pela corporação e se esquivou de negar ou confirmar a ação. Leia a nota na íntegra.
A propósito de denúncia do deputado estadual Rogério Correa e da diretoria do Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), sobre uma suposta intimidação às ações do Sindicato, temos a esclarecer que:
A Polícia Militar de Minas Gerais, que nos seus 236 anos de prestação de serviços à comunidade mineira tem dado provas de inequívoca vocação democrática, é uma instituição que zela pelos mais altos valores de cidadania.
Por isso, tem do povo mineiro o reconhecimento do seu trabalho em proteção da vida, das pessoas, das instituições, da garantia do direito de ir e vir e dos preceitos constitucionais, ao assegurar os mais importantes processos e direitos democráticos – a liberdade de associação e de expressão, em cuja base repousa uma sociedade justa, livre e organizada.
Ressaltamos que a Polícia Militar de Minas Gerais pauta seus atos pela transparência, não se prestando ao cerceamento de direitos ao realizar o seu trabalho de polícia ostensiva ou de inteligência aplicada à preservação da ordem pública e à segurança dos cidadãos.
Impasse
A greve dos professores já dura 91 dias, e deve se estender ainda mais. Os professores rejeitaram a proposta do estado de um piso salarial de R$ 712,20, para uma jornada de 24 horas semanais. Eles insistem num piso de R$ 1.597. Quem pode mudar a realidade dos grevistas é o Ministério Público de Minas Gerais, que admitiu a possibilidade de entrar com ação civil pedindo a declaração de ilegalidade da greve e a fixação de multa em caso de descumprimento.
Nesta quinta-feira, os professores vão se reunir em uma nova assembleia. Como não houve avanço nas negociações nos últimos dias, os educadores devem votar a continuidade da paralisação.
Confira as imagens da TV Alterosa no momento da abordagem do possível policial.
Com informações da TV Alterosa