Reforma do IAPI é suspensa por falta de verba para pagar mão de obra

Moradores não quitaram o valor estabalecido para constribuição na revitalização dos prédios. Eles alegaram que foram pegos de surpresa com a cobrança da taxa

Luana Cruz, Paulo Filgueiras, Cristiane Silva, Daniel Camargos, Mateus Parreiras, Pedro Rocha Franco, Luciane Evans, Leandro Couri Guilherme Paranaiba

Conjunto começou a ser revitalizado dentro do projeto Adote um Bem Cultural - Foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press

A revitalização do Conjunto IAPI, no Bairro São Cristóvão, na Região Noroeste de Belo Horizonte, está parada. Nesta terça-feira, os operários responsáveis pela pintura dos prédios desmontaram os andaimes e suspenderam os trabalhos. O motivo é a falta de dinheiro para pagar a mão de obra, que ficou sob responsabilidade dos moradores.

Proprietários dos apartamentos, no entanto, acusam a prefeitura de não deixar claro que a comunidade também teria que investir na reforma. A taxa cobrada para cada unidade - ao todo são 934 - é de R$ 163, divididos em nove parcelas, a partir de setembro.

A revitalização do conjunto está prevista no programa Adote um Bem Cultural, uma parceria entre Prefeitura de Belo Horizonte e iniciativa privada para restaurar o patrimônio da cidade.

No entanto, no caso do IAPI, nem todos os custos estavam previstos para serem cobertos pelas empresas parceiras. Os moradores disseram que não são contra o pagamento, mas queriam um  aviso prévio sobre a cobrança. Eles alegam que foram surpreendidos.

Reforma


Em solenidade de comemoração dos 64 anos do IAPI, no dia 7 de maio deste ano, o prefeito Márcio Lacerda anunciou o início da pintura dos nove prédios. Na ocasião, os 5,4 mil moradores entenderam que não arcariam com custos da obra de revitalização.
Símbolo da arquitetura moderna de BH e da ousadia estética da década de 1940, o conjunto habitacional passou 30 anos de abandonado.

De acordo com a Prefeitura de BH, o convênio para a pintura dos prédios foi assinado pela empresa patrocinadora, Casa & Tinta, e associação de moradores. A PBH apenas fomentou o convênio, por meio do programa Adote um Bem Cultural. Segundo a prefeitura, apesar de ser um bem privado, o conjunto habitacional é patrimônio tombado.

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