O Governo de Minas anunciou, na tarde desta quarta-feira, que vai contratar 12 mil professores para todas as séries do ensino fundamental e médio
As contratações serão feitas para diminuir os impactos no calendário escolar de 2011 e 2012Serão seguidas as mesmas regras usadas para a constratação de professores que lecionam no 3º anoNo mês passado, o governo decidiu chamar 2 mil profissionais para substituir grevistas e evitar que estudantes que vão participar do Enem, em outubro, e de provas de vestibular no fim do ano, sejam ainda mais prejudicados pelo movimento.
“Não podemos mais esperar, pois qualquer atraso agora traria impactos nos próximos dois anos letivos, o que é inaceitávelEstamos usando um procedimento habitual e embasado na legislação, em defesa do direito dos cidadãosNosso último levantamento aponta que há 13,6 mil professores paradosComo já contratamos cerca de 2 mil para atender as turmas de 3º ano do ensino médio, vamos fazer agora mais 12 mil designações”, afirma a Secretária de Educação de Minas Gerais, Ana Lúcia GazzolaSegundo a SEE, caso termine o impasse e os grevistas retornem ao trabalho, a intenção é que os substitutos ajudem na reposição de conteúdo e nas aulas de reforço aos estudantes.
Críticas
O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) recebeu a informação das contratações como uma afronta do governo“Isso é mais uma legislação desrespeitosa do estadoEstamos amparados no direito de greve
Mesmo com a medida, o Sind-UTE/MG não crê que a paralisação seja enfraquecida“O governo não vai abalar nosso movimentoVamos continuar com a greve”, disse Fonseca
O último levantamento feito pela Secretaria de Estado de Educação aponta que 44 escolas estão totalmente paradas, em um total de 3.779 instituiçõesSegundo o governo, menos de 10% dos 183 mil professores aderiram à paralisação.
Projeto de lei
Deputados de Minas Gerais discutem o Projeto de Lei (PL) 2.355/11, enviado pelo Executivo estadual, que revê a política remuneratória dos professoresO PL contempla as propostas de subsídio de R$ 1.122 (o valor incorpora, numa única parcela, todas as vantagens e, por isso, o servidor não terá mais as gratificações) e de R$ 1.320 para aqueles com licenciatura plenaTambém está previsto o piso de R$ 712,20 para uma jornada de 24 horas, a ser pago a partir de janeiro
Os servidores da educação, em greve há 99 dias, querem o cumprimento imediato do Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN), de acordo com a Lei Federal 11.738, que regulamenta o salário