Em vez de consumir gasolina, dinheiro e paciência e ainda ganhar doses de estresse, gaste a sola dos sapatosA pé, em 13 minutos e 23 segundos, dá para vencer a distância do Bairro Floresta, na Região Leste de Belo Horizonte, à Praça Sete, no coração da capitalO mesmo percurso, sobre quatro rodas, consome 14 minutos e 17 segundosMas de carro é preciso estacionarEntão, prepare-se para perder 35 minutos do seu dia, quase 17 deles só para encontrar uma vagaNesse intervalo, daria para sair andando do Bairro de Lourdes, na Região Centro-Sul, cortar o Centro da cidade, chegar à Praça da Estação e até descansar por três minutosNo mesmo caso, se você optasse pelo veículo, levaria 19 minutos até chegar ao destino, estacionar, comprar e preencher o talão de estacionamento rotativo.
Às vésperas da data em que se comemora o Dia Mundial sem Carro – celebrado na próxima quinta-feira –, repórteres do Estado de Minas percorreram, de carro e a pé, seis trajetos entre a área central e bairros próximos à Avenida do Contorno (veja arte nas páginas centrais) para testar as vantagens e desvantagens de se deixar o carro na garagem e caminharCom cronômetros nas mãos, a conclusão é de que numa cidade com 1,4 milhões de veículos nas ruas e avenidas, o dobro em relação à última década, usar as pernas em vez das rodas significa grande chance de economizar tempo e levar de brinde saúde e disposição, mesmo quando o trânsito está a favor dos automóveis.
SAÚDE
E se o tráfego não colabora, aí é que o pedestre ganha pontos na competição com veículos motorizados, principalmente em trajetos na área central e em horários de picoEstudos da Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) mostram que na hora do rush, no Hipercentro de BH, a velocidade média dos ônibus é de 4 km/h, e dos carros, de 6 km/hEnquanto isso, de acordo com especialistas, um pedestre percorre, em média, de 4km/h a 5 km/h, independentemente do horárioNesse compasso, ainda consegue perder 315 calorias, considerando um caminhante de 70 quilos.
Para o chefe do Departamento de Engenharia de Transportes e Geotecnia da UFMG, Nilson Tadeu Ramos Nunes, vale a pena “bater perna”, principalmente em áreas próximas ao Centro da capital