A Polícia Civil concluiu o inquérito sobre a tragédia que deixou três mortos e pelo menos 30 feridos, em um acidente entre um ônibus escolar e um trem, na Zona Rural de Entre Rios de Minas, na Região Central de Minas, e apontou o motorista do escolar como o culpado. De acordo com o Delegado Marcus Vinícius Lobo Leite Vieira, da delegacia de Crimes Contra o Patrimônio de Conselheiro Lafaiete, o condutor, Antônio Geraldo de Assis Moura, de 50 anos, um dos mortos na batida, atravessou a passagem de nível com desatenção. “Através das análises de depoimento de testemunhas, laudos periciais e análise da caixa preta do trem, percebemos que o motorista do ônibus não observou os cuidados necessários de segurança antes de transpor a passagem de nível”, afirma o delegado.
As condições climáticas do dia do acidente podem ter contribuído para o fato. “A desatenção do motorista pode ter se agravado pela forte neblina no local”, diz Marcus Vinícius Vieira. Os laudos apontaram que a locomotiva estava a 57 km/h, três quilômetros abaixo da velocidade permitida no local, que é de 60 km/h.
O uso da buzina por parte do maquinista ainda é um mistério. Segundo o delegado Marcus Vinícius Vieira, algumas testemunhas afirmaram que ouviram o ruído e outras não. O maquinista Gilberto Leal Oliveira, de 39 anos, que conduzia o veículo, disse que acionou a buzina. “A análise da caixa preta não dar para avaliar isso. Algumas pessoas falam que ouviram outras não. Mas mesmo se ele acionasse, não ia evitar o acidente”, conta o delegado.
Em relação a segurança do local, os laudos apontaram que a passagem de nível estava em acordo com a norma da Abnt 15.680/2009, na qual são analisadas níveis de seguranças para cada local. “Onde aconteceu o acidente está enquadrado no nível 4, quando é exigido apenas a Cruz de Santo André. No dia do fato, o equipamento estava instalado”, disse o delegado.
O inquérito será encaminhado agora para a análise da Justiça.
Confira a reportagem da TV Alterosa