Enquanto o sindicato não volta a campo, o Estado de Minas percorreu cinco viadutos e atestou que não há o que comemorar quando o assunto é conservação das estruturas suspensas. Em alguns casos, mudanças com relação ao relatório produzido em 2008 pelo Sinaenco/MG são visíveis, mas não foram suficientes para dar aos condutores e pedestres a sensação de segurança nesses locais. No Complexo da Lagoinha, além do Sara Kubitschek, outra estrutura que carece de manutenção e revitalização é a Nansen Araújo, ligação entre o Centro e as avenidas Pedro II e Antônio Carlos.
É nesse ponto, inclusive, que está inserido um cenário discrepante no complexo. Enquanto a primeira parte do Nansen de Araújo está bem comprometida, com concreto bastante desgastado e trincas na estrutura, a segunda parte, que possibilitou a ligação exclusiva para carros de passeio do Centro à Antônio Carlos, é nova. O único defeito são as pichações, que já mancharam a tinta nova no viaduto. Também são comuns os desníveis e a exposição da armadura de ferro, o que já foi atestado em 2008.
O motoboy Eduardo Antunes da Silva, de 36 anos, passa constantemente pelos viadutos da Lagoinha, mas tem medo de acidentes. “Já vi vários motoqueiros caindo dos viadutos. As condições estruturais e do traçado nos levam para uma verdadeira armadilha. É preciso ficar atento para não virar estatística. Além disso, as estruturas também balançam bastante”.
Estruturas de concreto suspensas no Anel Rodoviário também continuam com problemas. Em 2008, o Sinaenco/MG atestou que o viaduto no Anel sobre a Via Expressa, entre os bairros Santa Maria e Alto dos Pinheiros, Noroeste de BH, tinha problemas na contenção lateral e precisava de recuperação urgente. Três anos depois, a contenção foi feita com uma estrutura de concreto, mas já dá indícios que necessita de manutenção. Pedaços de cimento estão se soltando. Alguns desceram o barranco e são uma ameaça, inclusive, a quem passa caminhando pela Via Expressa. Além disso, o viaduto é um verdadeiro lixão a céu aberto, com resíduos de todos os tipos. O matagal também toma conta da estrutura.
O principal problema do viaduto na mesma rodovia sobre a Avenida Amazonas, limite dos bairros Madre Gertrudes e das Indústrias, Oeste, foi corrigido. O relatório de 2008 apontava problemas nas vias de sustentação, com a armação toda exposta. As pilastras já receberam camada de concreto protetora, mas a estrutura em geral continua deteriorada e as infiltrações são comuns no viaduto.
Fiscalização
A prefeitura informou, por meio da Secretaria de Administração Regional Noroeste, que vai, hoje, no primeiro horário das equipes responsáveis pela manutenção verificar os problemas para tomar as medidas cabíveis nos viadutos do Complexo da Lagoinha. Todas as correções serão incluídas no cronograma de obras da regional.
Já a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), informou que está prevista a revitalização do viaduto exclusivo para ônibus que sai da Avenida Oiapoque até a Avenida Antônio Carlos. Ele é um braço do Viaduto Nansen Araújo e será revitalizado por conta das obras do BRT (Bus Rapid Transit) na área central de BH. As obras estão previstas para começar em março do ano que vem e vão até março de 2013. A reportagem não conseguiu contato com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Tranportes (Dnit) para repercutir os problemas dos demais viadutos.