O governador Antonio Anastasia (PSDB) informou na manhã desta quarta-feira que os professores não vão receber pelos dias parados. Os servidores ficaram 112 dias em greve e decidiram suspender a paralisação no fim da noite de terça-feira. De acordo com Anastasia, os educadores serão pagos quando começarem a reposição das aulas. Segundo ele, todos os valores que foram descontados durante a paralisação serão repostos mês a mês depois das aulas efetivamente dadas.
A Secretaria Estadual Educação (SEE) montou um calendário para repor os dias de aulas perdidos. Segundo Anastasia, as escolas que ficaram 100% paradas só devem conseguir concluir o ano letivo em março de 2012. O governador ressaltou o prejuízo dos alunos durante esses meses sem aulas e afirmou que vai abrir diálogo com os professores para evitar novas greves nos próximos anos. Ele lamentou os “atos estranhos à conduta sempre ordeira e calma aos mineiros” promovidos pelos educadores.
O Projeto de Lei 2.355/11, de autoria do Executivo, com a nova política de remuneração dos profissionais da rede estadual de educação continuará tramitando na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Ele contempla as propostas de subsídio de R$ 1.122 (o valor incorpora, numa única parcela, todas as vantagens e, por isso, o servidor não terá mais as gratificações) e de R$ 1.320 para aqueles com licenciatura plena, além do piso de R$ 712,20 para uma jornada de 24 horas, a ser pago a partir de janeiro.
Sobre os professores designados que poderiam ser alvo de sindicância, o governador afirmou que cada caso será avaliado individualmente pela SEE.
O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) informa que o processo para pagamento e a anistia dos dias parados serão feitos junto ao Legislativo Estadual. O sindicato orientou a categoria a aguardar a definição do calendário de reposição e do pagamento, assuntos que constam da pauta de uma reunião que acontecerá amanhã.
Na terça-feira, depois quase 10 horas de assembleia, os professores decidiram suspender a greve. Essa foi a mais longa paralisação da história de Minas Gerais. A categoria definiu em assembleia aceitar as garantias de que não haverá qualquer tipo de retaliação aos grevistas e de aprimoramento da remuneração da categoria.