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Estado de Minas

Lei garante uso de praças de BH para eventos culturais sem autorização da prefeitura

Embora com algumas restrições, o uso dos espaços públicos da capital se torna livre para manifestações artísticas e culturais


postado em 28/09/2011 20:24 / atualizado em 28/09/2011 20:41

As praças de Belo Horizonte estão livres para a realização de eventos culturais e artísticos sem a necessidade de autorização prévia por parte da prefeitura. Foi publicada nesta quarta-feira no Diário Oficial do Município a promulgação da Lei 10.277/11 que garante o uso dos espaços públicos de forma gratuita, ressalvadas algumas restrições. A lei é originária do projeto de lei de autoria do vereador Arnaldo Godoy (PT), que apoiou os movimentos sociais que reivindicavam a livre utilização das áreas de lazer da capital.

Pela lei, para que não seja necessária autorização do órgão público, as atividades artísticas e culturais nas praças públicas da cidade não poderão contar com a utilização de som mecânico ou montagem de palco, deverão  terminar até às 22h e não poderão promover concentração de público que obstrua a circulação de pedestres e veículos. Além disso, o evento deve ser livre e gratuito. Os eventos de médio e grande porte vão depender de comunicação prévia, com limitação da potência de som e da área ocupada, e de término da atividade.

Em dezembro de 2009, um decreto municipal assinado pelo prefeito Marcio Lacerda proibia a realização de qualquer tipo de evento na Praça da Estação, no Centro de BH. A proibição gerou uma reação imediata de diversas esferas da sociedade, sobretudo músicos e artistas, e fez surgir o movimento “Praia da Estação”. Aos sábados, pessoas de diversas idades e estilos trajavam roupas de banho, estendiam cangas e armavam guarda-sóis na Praça da Estação, num protesto criativo e pacífico. A praia, ao contrário das tradicionais, não era ponto de azaração ou mera diversão, mas palco de um extenso debate político e social sobre as questões relativas à administração municipal.

O músico Luiz Gabriel Lopes, um dos centenas de “banhistas” da Praça da Estação, lembra que o movimento “Praia da Estação” foi apenas uma primeira reação à postura do executivo municipal. “Sem dúvida essa lei é uma vitória. Mas é difícil falar em comemoração dentro de uma conjuntura de críticas à atual gestão da cidade”, avalia.

Luiz destaca o envolvimento do vereador Arnaldo Godoy, que participou de algumas edições da Praia, e foi o interlocutor do movimento e se empenhou em reverter a situação. “Se a gente depender de iniciativas, que são louváveis, embora isoladas, como a do Arnaldo, para desfazer os erros do prefeito, a gente vai sempre viver à sombra de uma administração mal feita”, avalia.


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