A Polícia Civil de Minas Gerais deu detalhes sobre a organização da quadrilha liderada por Ângelo Gonçalves de Miranda Filho, de 29 anos, conhecido como Pezão e pelo braço direito dele, Bruno Rodrigues de Souza, o Quén-Quén. Os dois foram presos essa semana, em Santos e em Praia Grande, respectivamente. O grupo criminoso do qual faziam parte atua em Belo Horizonte, Teófilo Otoni (cidade natal da dupla), Santos (SP) e Ribeirão Preto (SP).
Em apresentação nesta sexta-feira, a polícia falou sobre atuação e função dos acusados na quadrilha. Pezão era o chefe e dava ordens para os braços da organização em Minas e São Paulo. Quén-Quén era o matador, responsável por executar inimigos e fazer o “trabalho sujo” da facção criminosa. O grupo planejava se estabelecer como Primeiro Comando da Capital (PCC) mineiro.
Em BH, a quadrilha abastece o tráfico de drogas nos bairros Califórnia, Castelo, Caiçara, Mantiqueira, Primeiro de Maio. Também movimentam a venda de entorpecentes em Lagoa Santa, região metropolitana, Sete Lagoas, Caetanópolis, Prudente de Morais, na Região Central de Minas. Em São Paulo, o grupo marca presença em Santos, Praia Grande e São Vicente.
Quén-Quén é apontado pela polícia como um bandido frio. Ele estava foragido da Penitenciária de Teófilo Otoni, na Região do Vale do Mucuri. No dia 11 de agosto, ele baleou dois policiais da Divisão de Crimes Contra Vida que faziam uma operação no Bairro Califórnia, na Região Nordeste de BH. Também é acusado de matar um agente penitenciário na Avenida Waldomiro Lobo no último dia 27 de agosto. Nesta sexta-feira, o bandido que desafiou a polícia mineira dizendo que só seria capturado morto, também se manteve calado durante a apresentação no Departamento de Investigações (DI). Com sinais de medo, Quén-Quén estava trêmulo e de cabeça baixa.
Os criminosos serão ouvidos em BH e vão ficar no Centro de Remanejamento Prisional (Ceresp) São Cristóvão até terça-feira, quando devem ser encaminhados para outras unidades prisionais. De acordo com a polícia, a quadrilha da qual eles fazem parte tem cerca de 50 integrantes. Desses membros, 10 são considerados muito perigosos e encabeçam a lista de busca. A polícia faz agora a "Operação Mangusto" com objetivo de prender outros suspeitos de integrar o bando.