Sem proteção do Iphan e Iepha, o conjunto ferroviário, com 85 mil metros quadrados, incluindo oficinas, galpões, estação e prédios de apoio, como restaurante e telégrafo, pertence ao município, pelo qual é tombado, e foi comprado da extinta Rede Ferroviária Federal S/AEliane explicou ontem que o Iepha tem alguns estudos sobre o complexo ferroviário, enquanto o Iphan já elaborou projeto para um dos prédios“Precisamos fazer, juntos, um plano de ação, a partir dos estudos sobre o tombamento estadual e as fontes de financiamento existentes”Conforme levantamentos, o restauro está orçado em cerca de R$ 20 milhões, sendo R$ 8 milhões para a rotunda.
O secretário de Cultura de Ribeirão Vermelho, arquiteto Cassiano Alcantra, acredita que, agora, há um caminho e apoio para recuperação dos prédios construídos com materiais nobres, caso da estrutura metálica da cobertura e dos pilares de ferro com adornos importados de Glasgow, na Escócia, telhas francesas, de Marselha, e ladrilhos alemães“Um dos avanços foi o contato com o representante do Iphan, que se comprometeu a apresentar, no próximo dia 17, o projeto feito para a rotunda e entorno”, disse Alcantra“A secretária e dos deputados ficaram impressionados com o nosso patrimônio e certos de que se trata de um bem nacional”, afirmou.
A deputada Liza Prado (PSB), autora do requerimento para realização da audiência pública, se declarou “apaixonada” pelo acervo e adiantou que o mais urgente é que sejam providenciadas, “rapidamente”, escoras para a rotunda, tendo em vista o período chuvoso“É um ponto importante, que está fora do Circuito do Ouro e Estrada Real, que deve ser recuperado, valorizado e descoberto”, afirmouTambém esteve presente o deputado Dalmo Ribeiro (PSDB).
A prefeita Ana Rosa Mendonça Lasmar, que pediu a realização da audiência ao Legislativo, questionou o motivo da demora na recuperação dos bens e entregou aos parlamentares uma solicitação para que sejam feitas emendas orçamentárias destinadas à recuperação das edificaçõesCiente da importância do bem cultural, histórico, paisagístico e arquitetônico, o Ministério Público Federal (MPF) instaurou inquérito para apurar a causa de décadas de abandonos e buscar saídas