O governo de Minas confirmou nesta segunda-feira que vai estudar o pagamento antecipado do 13º salário aos professores que aderiram à paralisação da categoria. O assunto foi discutido na tarde desta segunda-feira, durante encontro de representantes da Secretaria de Educação com o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) e deputados estaduais. “O governo está estudando a melhor forma de fazer este adiantamento. Isso vai ajudar os professores na locomoção para a reposição das aulas”, afirma o deputado estadual João Leite (PSDB), que esteve presente na reunião.
Os profissionais que aderiram à greve tiveram os pagamentos cortados durante a paralisação, que durou 112 dias, e terminou no dia 27 de setembro. Logo após o fim do movimento, o Executivo negou o pedido de antecipação do pagamento dos dias não trabalhados antes da reposição das aulas, feito pelo Sind-UTE. O governo informou que a solicitação não seria aceita, argumentando que os professores suspenderam as atividades durante o movimento grevista, mantiveram a paralisação, mesmo após a Justiça considerá-la ilegal, e que professores designados foram convocados para substituir os grevistas.
Também foram discutidas as férias prêmio de professores que participaram da paralisação. O governo, no entanto, avisou que cada caso será avaliado individualmente.
Além dessas questões, o piso salarial entrou em pauta pela primeira vez durante os encontros. O governo entende que todas as carreiras serão atendidas pelo piso nacional. O sindicato deverá levar no próximo encontro, marcado para segunda-feira que vem (17), no Palácio Tiradentes, às 15h, ponderações sobre o piso, já que ele tem que ser corrigido para o próximo ano.
O governo já acertou com o sindicato que o índice de correção para 2012 será o que o Ministério da Educação (MEC) anunciar.
Greve histórica
Os professores aceitaram na última terça-feira uma nova proposta de negociação feita pelo governo de Minas e decidiram voltar ao trabalho depois de 112 dias parados. A greve foi a mais longa da história de Minas Gerais.
Para por fim à paralisação, foi firmado um acordo entre o governo e o Sind-UTE/MG. O termo de compromisso prevê a suspensão da tramitação do Projeto de Lei enviado pelo Governo de Minas à Assembleia Legislativa e a suspensão da aplicação de novas penalidades aos grevistas. Elas seriam adotadas em decorrência da ilegalidade da paralisação, decretada pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais e confirmada pelo Supremo Tribunal Federal. Também ficou definida a formação de uma comissão composta por deputados, sindicato e governo, para tratar das negociações.