Uma audiência preliminar da Justiça do condado de Douglas, no estado de Nebraska (EUA), complicou mais a situação do operário José Carlos Oliveira Coutinho, de 37 anos, natural de Ipaba, no Vale do Rio Doce, que pode ser o primeiro mineiro a enfrentar o corredor da morte naquele país. Na sessão, realizada na quarta-feira, o investigador Robyn Ostermeyer, da polícia local, relatou detalhes sobre como Coutinho, com a ajuda de dois conterrâneos, matou uma família de três brasileiros de Santa Catarina, na cidade de Omaha, naquele estado, em 17 de dezembro de 2009.
De acordo com o promotor Donald Kleine, José Coutinho e os operários Valdeir Gonçalves dos Santos, de 30, e Elias Lourenço Batista, de 29, a quem ele ajudou a entrar ilegalmente nos EUA, são acusados de matar o empreiteiro Vanderlei Szczepanik, para quem trabalhavam, e a mulher dele, Jaqueline, ambos de 43 anos, e o filho do casal Cristopher, de 7 anos. As investigações e os depoimentos de Valdeir, que em agosto confessou o crime durante seu julgamento, apontam que o empreiteiro foi morto a golpes de bastão e uma barra de ferro na cabeça, enquanto a mulher e a criança foram enforcados.
O juiz distrital Thomas Otepka, do condado de Douglas, depois de ouvir o relato policial e da promotoria, ordenou que José Carlos Coutinho seja julgado pelos três assassinatos em primeiro grau, cuja pena em Nebraska é a execução por injeção letal. Valdeir, por ter feito acordo com os promotores para confessar, deve receber pena de 10 anos. O terceiro envolvido, Elias Batista, está em Ipaba, depois de liberado por falta de provas. Com as novas revelações de seu envolvimento, a Justiça americana quer extraditá-lo. Tatiane Klein, filha de Jaqueline, fez apelo ontem às autoridades brasileiras para que Batista seja detido antes que fuja.