Mande seu relato sobre abusos de funerárias para a comunidade Morte S/A
A Rua Cecildes Moreira de Faria, bem atrás do terreno do IML, no Bairro Nova Gameleira, Região Oeste de Belo Horizonte, concentra vários portões, rampas de garagem e entradas onde funcionam estabelecimentos funeráriosPara olhos destreinados, a confusão de coroas de flores, arranjos coloridos, carros fúnebres e imagens de santos atrapalha distinguir onde começam e terminam as empresasHorácio leva até uma delas, atrás de portas de vidro escuro.
No escritório, entre fileiras de caixões empilhados e mostruários com vestidos e ternos para os mortos, dois homens negociam os serviços“Temos um serviço padrão, a partir de R$ 850, com caixão, preparação do corpo, flores, coroa, tudo direitinho”Ao serem informados de que o serviço requerido precisaria da liberação do Dpvat, isso os interessou mais
Conselhos Na saída do serviço funerário, Horácio se oferece para descer com os clientes de volta ao IMLNo caminho, acaba dando conselhos diferentes dos seus patrões“Gosto de vender meu serviçoMas, se fosse para eu fazer pelo seguro, não faziaArrumava um cheque ou um cartão de crédito”O conselho surpreendente tem um motivo que as empresas e escritórios de advocacia não deixam claro“Acho que pedem muito dinheiroO processo é lento e é um negócio que de repente a casa cai
Em meio à conversa, Horácio revela que a empresa para a qual trabalha tem sua sede no Rio de Janeiro, mas atua também em Brasília, São Paulo e Goiás“A gente só muda de nomeFazemos uma média de 10 pedidos de liberação de Dpvat por dia na Grande BH”Ao retornar de volta a seu banco confortável, encostado no portão do instituto, o homem revela por que os outros agentes de funerárias não estão lá com ele“Dia de quinta-feira eles rodam no rabecãoDentro do rabecão roda agente funerárioOs detetives ganham para conseguir clientes nas funerárias, em vez de entregar no IMLA polícia apresenta eles como se fossem do serviço de assistência socialO pessoal (vítimas) está de cabeça ruim com a morteAí eles falam para confiarComo você não confia?”, questiona.
SAIBA MAIS
Três anos para pedir benefício
O Seguro Dpvat indeniza vítimas de danos causados por veículos automotores em vias terrestres e seus recursos vêm de um fundo mantido pelo pagamento anual dos motoristas do seu imposto específicoO prazo para dar entrada no pedido é de três anos, contados da data em que ocorreu o acidente, e pode ser feito em agências cadastradasÉ necessário reunir o registro da ocorrência, certidão de óbito ou auto de necropsia do IML, carteira de identidade e CPF da vítimaNo caso do beneficiário, os documentos podem variar de acordo com a relação de parentesco e o tipo de acidenteMais informações no site www.dpvatseguro.com.br.
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