Situações como essa são frequentes, conforme o Estado de Minas vem denunciando desde domingo, como o assédio das funerárias em hospitais e até sobre agentes da Polícia Civil que dirigem os rabecões e levam os corpos para as empresas, e não para o Instituto Médico-Legal (IML).
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Contudo, pouco pode mudar, já que a Polícia Civil informou que a corregedoria da corporação aguarda denúncias formalizadas para investigar, mesmo havendo apenas quatro rabecões em BH e outros quatro para atender a região metropolitanaO Ministério Público Estadual informou que não há qualquer investigação em curso sobre funerárias.
O presidente do sindicato das empresas funerárias de Minas Gerais, José Afonso do Real, admite que os esquemas existem, mas diz que a entidade é contra“O setor das funerárias é honesto, mas acaba malvisto por causa da função e das atitudes de maus profissionais, como ocorre em toda profissão”, disse“Estamos tentando informar as pessoas para que cobrem seus direitosAssim, essas funerárias que têm essa atitude errada vão mudando de postura com o tempo
Código de Ética
De acordo com o presidente do sindicato, uma das formas de tentar acabar com a “indústria” que lucra com a dor alheia subornando funcionários públicos e conseguindo vantagens indevidas ´é por meio de um código de ética, que está sendo preparado“Na sexta-feira vamos nos reunir e começar a planejar esse código de condutas para disciplinar a profissãoQuem não seguir pode ser desfiliado e investigado pelo Ministério Público”, disse.
Enquanto isso, pessoas como a agente comunitária de saúde Elisangela Taffner continuam fustigadam nos momentos mais difíceisSegundo Elisângela, essa não foi a primeira vez em foi vítima da abordagem indesejada de agentes funerários.
Ela conta que, há quatro anos, quando o pai dela morreu, chegou a ser puxada pelo braço na porta do hospital, no Bairro São Cristovão, na Região Noroeste“Era uma legião de funcionários de funeráriasAlguns já falam com a gente dentro do hospital, na sala da assistente socialEles se apresentam, inclusive, vestidos com uniformes do hospital”, comenta“São muito friosSó pensam em dinheiro, não se preocupam com o que estamos sentindoAcham que o dinheiro é mais importante do que qualquer coisa”, afirma.
A irmã dela, a educadora infantil Sheila Lopes, de 30 anos, também reclama do tratamento e diz que o assédio fez com que optassem por um serviço funerário mais caro na ocasião da morte do pai