Jornal Estado de Minas

Segurança precária no metrô da capital e na Grande BH

Mateus Parreiras
Cansada depois da jornada de trabalho ou afoita para chegar no horário dos compromissos, a multidão que se aglomera nas estações de metrô de Belo Horizonte à espera de transporte não imagina que, em caso de uma pane mais grave, pode não contar com equipamentos básicos de combate a incêndio em condições de apagar as chamas que por acaso tomem conta das plataformas e veículos
Pelo menos 15 extintores de incêndio aparentam não ter condições de serem usados para debelar fogoEstão com seus marcadores no vermelho, indicando necessidade de recarga, ou já registram nível zero de cargaAlém disso, em cinco caixas onde deveriam estar guardados extintores, a reportagem do EM constatou que não havia nenhum tipo de equipamento.

Além dos extintores, duas mangueiras de alta pressão não foram encontradas nas caixas instaladas nas paredes das estaçõesSomando tudo isso, é possível dizer que há pelo menos 22 pontos vulneráveis de combate a incêndios nas 19 estações de metrôA pior delas é a Minas Shopping, que recebe um grande volume de passageiros vindos do centro de compras homônimoLá, apesar das placas indicativas, não há três dos extintores marcadosDois outros estão vazios ou necessitando de recargaRestam, para cobrir toda a extensão da plataforma, dois equipamentos em condições de uso.

O Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais informou que, por envolver grande aglomeração de pessoas, transporte de alta velocidade e uso de energia de alta voltagem, considera a situação preocupante, mas que as estações vêm sendo vistoriadas e que esses e outros problemas já foram identificadosUma notificação foi emitida para que a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) sane as deficiências de acordo com o prazo estipulado pela corporação.

“É um absurdo não ter uma ferramenta básica para a nossa segurançaA gente tem de colocar tudo nas mãos de Deus mesmo”, desabafa a doméstica Dilza Marotta, de 71 anos, que mora nas proximidades e seguia para o trabalho no Centro
“Quando isso aqui (plataforma) fica cheio, quase não tem lugar para andarImagina todo mundo correndo e outros tentando apagar o fogo sem conseguir”, alerta a professora Ana Maria de carvalho, de 65.

Apesar de ter sido constatada a presença de cadeirantes embarcando sozinhos, a CBTU informou que eles são acompanhados por agentes da companhiaTambém foi comunicado que os extintores passam por manutenção periódicaA empresa disse que está prevista a impermeabilização dos telhados e considera que o amianto não é prejudicial à saúde na forma de telhaQuanto ao aperto dos passageiros, a informação é de que 40% mais vagas poderão ser abertas com a aquisição de 10 trens, compra que depende da aprovação do governo federalAssim que forem liberados os recursos, a expectativa é que as composições sejam entregues num prazo mínimo de 43 mesesOu seja, se a autorização for dada ainda em 2011, os veículos só usados no segundo semestre de 2015.


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