Brasília – Além do avanço do crack, o levantamento da Confederação Nacional dos Municípios apresenta os reflexos da dependência e produz um ranking dos setores mais afetados com os problemas relacionados ao crack. A saúde lidera a lista no Sudeste (65%) e destaca a falta de leitos, a carência de medicamentos específicos e a questão da transferência para internação e desintoxicação, sobretudo em cidades pequenas. Em seguida, aparece a segurança (55,7%) e questões como aumento de furtos e roubos, violência doméstica e intrafamiliar, vandalismo e até assassinatos. No terceiro lugar do ranking está a assistência social (46,3%) e a falta de redes protetoras.
O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, aponta outra face preocupante da falta de estrutura para atender dependentes químicos. Segundo ele, os Caps existentes são conduzidos de uma maneira inadequada. “A maioria tem atendimento multisetorial, não é específico ao combate ao crack”, explica, referindo-se ao atendimento de pacientes com enfermidades mentais. A estrutura mais ausente nos municípios são os Centros de Referência Especializados da Assistência Social para a População em Situação de Rua. “É onde a demanda cresce cada vez mais. São as pessoas que já estão caindo, matando e roubando”, detalha Ziulkoski. Eles só existem em 1,6% das cidades. O serviço mais presente é o Conselho Tutelar (em 98,6% das cidades).