Jornal Estado de Minas

Ministério Público Federal quer garantir parque no Quadrilátero Ferrífero

Ação pede que Instituto Chico Mendes acelere criação de unidade ambiental na Serra do Gandarela

Gustavo Werneck

A longa demora na implantação do Parque Nacional da Serra do Gandarela, que abrange oito municípios do Quadrilátero Ferrífero, na Região Central de Minas, levou o Ministério Público Federal (MPF) a ajuizar uma ação para pedir agilidade no processo

A instituição quer que o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, apresente no prazo de 30 dias a partir da notificação, um cronograma com datas e locais das consultas públicas a serem feitas até junhoApós essa etapa, o instituto deverá encaminhar para a Presidência da República, em 60 dias, a proposta final de criação da unidade de conservação.

A ideia da criação do parque nasceu de um documento produzido pelo Projeto Manuelzão, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e o ICMBio fez estudos técnicos que apontaram a necessidade de uma unidade de proteção integral para a área, definindo localização, dimensões e limitesa área estimada é de 38 mil hectares e inclui os municípios de Caeté, Santa Bárbara, Barão de Cocais, Ouro Preto, Itabirito, Rio Acima, Raposos e Nova LimaO Brasil é o segundo maior produtor mundial de ferro e cerca de 75% desse minério é extraído nessa regiãoIntegrante da Área de Proteção Ambiental Sul (APA SUL), trata-se da última área ainda bem preservada do quadrilátero


O ICMBio informou na noite de ontem que não recebeu a notificação, mas cumprirá todas as exigências da leiO analista ambiental João Madeira, da Coordenação de Criação de Unidades de Conservação do instituto, adianta que as consultas públicas, que são mais do que audiências, serão programadas para vários locais e com grupos menores para serem mais produtivasEle explica que há interesses antagônicos na região devido à mineração, e ressalta a presença de mananciais que abastecem a Grande BH