Jornal Estado de Minas

Morte s/a

Instituições fazem alerta contra os atravessadores de funerárias

Mateus Parreiras

Depois das denúncias de assédio a parentes de vítimas para que os serviços fúnebres fossem feitos pela funerária que funciona dentro do complexo, o Hospital Municipal Odilon Behrens afixou folderes e cartazes informativos dentro da instituição

O material informa que a escolha da funerária é decisão dos parentes e que não há exclusividade no serviço Isso, mesmo que a funerária que funciona dentro do hospital receba todos os óbitos e encaminhe aos médicos os documentos dos falecidos para o atestado de óbito.

No Instituto Médico Legal (IML) de Belo Horizonte foi retirada a cadeira onde os agentes de funerárias se sentavam, escorados nos portões abertos do departamento como se fossem porteirosEles aproveitavam a chegada de parentes e amigos de mortos, ainda abalados, para oferecer serviço funerário e até adiantamento do Seguro Obrigatório (DPVAT).

Dentro da sala de acolhimento aos parentes de vítimas, onde é vedada a entrada de representantes de funerárias, os avisos em cartazes velhos foram substituídos por mensagens em TVs de plasmaOs textos ressaltam que o IML não tem convênio com nenhuma funerária e que o DPVAT é um seguro que pode ser requisitado de graça, sem necessidade de advogados ou atravessadores.

Fontes nos hospitais públicos de BH e da região metropolitana informaram que as investigações policiais e da Ordem dos Advogados do Brasil Minas Gerais (OAB-MG) fizeram com que a ação dos captadores de parentes de vítimas para escritórios que liberam o DPVAT e conseguem funerárias ficasse mais restrita“Foi uma correria no Hospital Regional de ContagemOs rapazes das funerárias sumiram por uns dias lá de dentro”, disse uma dessas fontes“Os agentes dos escritórios que ficavam na porta do Hospital de Pronto-Socorro desapareceram por uns diasOs escritórios deles também começaram a se mudar, durante o fim de semana, por medo de serem fechados”, informou outra pessoa ligada ao hospital.



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