O sol quente das 16h30, em pleno horário de verão, castiga quem, à espera do ônibus, não encontra nenhuma sombra para se proteger. Quase 500 árvores na Avenida Cristiano Machado deixaram de ser abrigo para os passageiros e agora, empilhadas na calçada como lenha, são usadas como banco pelos pedestres. Em defesa de uma cidade mais verde, moradores de bairros da Região Nordeste de Belo Horizonte afirmam que a situação é temporária, pois a pressão da comunidade é pelo plantio de pelo menos 1 mil árvores na área onde será construído o corredor para o transporte rápido por ônibus (BRT, na sigla em inglês).
A iniciativa é apenas uma das reações de grupos de cidadãos que não aceitam que o progresso atropele o meio ambiente. Só este ano, conforme o Estado de Minas mostrou na edição dessa segunda-feira, BH perdeu 11.322 árvores apenas nas ruas e avenidas da cidade. Mais de 10% desse desmatamento têm relação com as obras da Copa do Mundo de 2014, com a derrubada de 650 espécimes no estádio do Mineirão e 499 na Cristiano Machado, onde haverá o BRT, sistema de transporte que promete tirar 800 ônibus de circulação no Centro da cidade.
O presidente da Associação Comunitária dos bairros Nova Floresta e Silveira, ambos na Região Nordeste e no entorno da Cristiano Machado, Ronaldo Pereira da Costa, conta que o corte das árvores ocorreu com o conhecimento da comunidade. No entanto, o líder comunitário afirma que os moradores estão em contato direto com a prefeitura e exigem a recomposição do verde na avenida, ainda mais árida com a retirada de parte da cobertura vegetal.
“Quando vemos tudo cortado, a impressão imediata é de uma perda grande, mas sabemos que o trabalho que está sendo feito na Cristiano Machado é importante. Em contrapartida, queremos o plantio de duas vezes mais árvores para recompor a beleza natural e o meio ambiente”, afirma Ronaldo. Mas, de acordo com a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura, o projeto paisagístico do BRT da Cristiano Machado ainda está em desenvolvimento e não é possível adiantar o número de árvores a serem plantadas.
Mudas
Especialistas não concordam com a substituição de árvores adultas por mudas. De acordo com o biólogo Sérvio Pontes Ribeiro, professor de ecologia e evolução da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), o índice de plantas que germinam e se tornam adultas, em condições naturais, é inferior a 10%. “Na cidade, ainda há muita depredação”, afirma. O controle de mortalidade de mudas plantadas em vias públicas é feito pelas nove regionais. A maior delas, a Centro-Sul, não conta com o índice de morte consolidado, mas admite que há muito vandalismo e que a reposição das mudas faz parte da rotina.
Segundo o gerente de Autorizações da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Sérgio André de Souza Oliveira, apesar de não haver levantamento geral sobre as mudas que se tornam árvores, a tendência é que o sucesso do plantio aumente consideravelmente, por causa da Deliberação Normativa 69, que estabelece normas para o plantio de árvores em ruas e avenidas de BH. “Antes, as mudas tinham 1,8m e eram dispostas em sacos plásticos. Agora, as mudas têm que ter, no mínimo, 2,5m, são plantadas em vasos de 60 litros. Com essa mudança, esperamos reduzir a depredação e chegar a um índice de perda de 2%”, diz.
Ele também sustenta que, no caso da licitação para o plantio de 54 mil mudas na cidade até a Copa’2014, o aproveitamento do plantio será de 100%, pois a “pega” da muda é um dos itens previstos no contrato. “Em caso de morte, a própria empresa terá que repor”, completa.
A iniciativa é apenas uma das reações de grupos de cidadãos que não aceitam que o progresso atropele o meio ambiente. Só este ano, conforme o Estado de Minas mostrou na edição dessa segunda-feira, BH perdeu 11.322 árvores apenas nas ruas e avenidas da cidade. Mais de 10% desse desmatamento têm relação com as obras da Copa do Mundo de 2014, com a derrubada de 650 espécimes no estádio do Mineirão e 499 na Cristiano Machado, onde haverá o BRT, sistema de transporte que promete tirar 800 ônibus de circulação no Centro da cidade.
O presidente da Associação Comunitária dos bairros Nova Floresta e Silveira, ambos na Região Nordeste e no entorno da Cristiano Machado, Ronaldo Pereira da Costa, conta que o corte das árvores ocorreu com o conhecimento da comunidade. No entanto, o líder comunitário afirma que os moradores estão em contato direto com a prefeitura e exigem a recomposição do verde na avenida, ainda mais árida com a retirada de parte da cobertura vegetal.
“Quando vemos tudo cortado, a impressão imediata é de uma perda grande, mas sabemos que o trabalho que está sendo feito na Cristiano Machado é importante. Em contrapartida, queremos o plantio de duas vezes mais árvores para recompor a beleza natural e o meio ambiente”, afirma Ronaldo. Mas, de acordo com a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura, o projeto paisagístico do BRT da Cristiano Machado ainda está em desenvolvimento e não é possível adiantar o número de árvores a serem plantadas.
Mudas
Especialistas não concordam com a substituição de árvores adultas por mudas. De acordo com o biólogo Sérvio Pontes Ribeiro, professor de ecologia e evolução da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), o índice de plantas que germinam e se tornam adultas, em condições naturais, é inferior a 10%. “Na cidade, ainda há muita depredação”, afirma. O controle de mortalidade de mudas plantadas em vias públicas é feito pelas nove regionais. A maior delas, a Centro-Sul, não conta com o índice de morte consolidado, mas admite que há muito vandalismo e que a reposição das mudas faz parte da rotina.
Segundo o gerente de Autorizações da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Sérgio André de Souza Oliveira, apesar de não haver levantamento geral sobre as mudas que se tornam árvores, a tendência é que o sucesso do plantio aumente consideravelmente, por causa da Deliberação Normativa 69, que estabelece normas para o plantio de árvores em ruas e avenidas de BH. “Antes, as mudas tinham 1,8m e eram dispostas em sacos plásticos. Agora, as mudas têm que ter, no mínimo, 2,5m, são plantadas em vasos de 60 litros. Com essa mudança, esperamos reduzir a depredação e chegar a um índice de perda de 2%”, diz.
Ele também sustenta que, no caso da licitação para o plantio de 54 mil mudas na cidade até a Copa’2014, o aproveitamento do plantio será de 100%, pois a “pega” da muda é um dos itens previstos no contrato. “Em caso de morte, a própria empresa terá que repor”, completa.