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Estado de Minas

Estudantes apoiam restrição a bares no entorno da Fumec

Fechamento de estabelecimentos às 22h30 é bem recebido por alunos, mas donos dizem que o barulho está na rua


postado em 22/11/2011 06:00 / atualizado em 22/11/2011 06:31

O acordo que limita o horário de funcionamento dos bares da Rua Cobre, no Cuzeiro, Centro-Sul de BH, recebeu o apoio de estudantes da instituição e foi aplaudido por moradores da área. Estudantes, entretanto, apoiam o acordo. “Os vizinhos da escola mereciam uma medida para conter os abusos. O fechamento dos bares às 22h30 às sextas-feiras não vai atrapalhar em nada os estudantes. Mas é preciso estar atento com os abusos dos sons de carros, que a partir das 20h perturbam até mesmo as aulas”, alertou Olívia Lima, de 25 anos, aluna do curso de ciências da informação.

A estudante de psicologia Jaqueline Souza, de 26, mora no Edifício Queen Victoria, na Rua Cobre, vizinho à Fumec. Ela comemorou a decisão. “Sem dúvidas, é uma medida que vai melhorar a vida dos moradores dos imóveis vizinhos. As pessoas que trabalham de manhã vivem um clima de tensão, com barulho intenso das sextas. Ninguém consegue dormir”, afirmou.

Gustavo Costa, de 21 anos, estudante de engenharia, acompanhado da namorada, Maísa Gonçalves, de 23, aluna de direito, também aprovou a limitação do horário. “Sexta-feira é dia de sair para se divertir, ir a boates e festas. Não muda em nada fechar os bares às 22h30, já que poucos ficam por aqui, e a maioria é de pessoas que nem estudam na escola e provocam os tumultos”, destacou Gustavo. “É uma medida acertada, pois não é justo que os moradores da área sofram com o barulho causado pelos mais exaltados”, completou Maísa.

Já o advogado Ricardo Roquete, de 30, há sete anos morador do mesmo prédio, considerou a medida um paliativo. “Ótimo que tenham adotado uma ação para controlar os abusos. Não é uma decisão contra as pessoas que frequentam os bares. Mas é pelos excessos de alguns poucos que o direito dos demais está sendo suspenso”, disse.

Baderna

Um dos cinco comerciantes que assinaram o acordo com o Ministério Público, Rodrigo Chiabi diz que terá prejuízos com o fechamento antecipado às sextas. “É quando vendemos mais. Estamos sendo punidos pelos abusos de pessoas que nem são nossos clientes. São os que colocam som alto nos veículos e promovem badernas. Nosso ambiente é fechado, tranquilo e não tem som mecânico. Vamos fechar no horário determinado, mas não há garantia de que o tumulto na rua acabe. Espero que sim, pois precisamos trabalhar”.

Há quatro anos dono do Bar Verdinho, que fica em frente à Fumec, Chiabi já estampou cartaz com a proibição do uso de som de carros no local. Mas admite que poucos são os que respeitam o aviso. O comerciante Bruno Cambraia de Carvalho, do Brasa Spetim, um dos dois bares da Rua Oliveira, também frequentados por alunos da universidade, disse que não foi informado do acordo. “No meu caso não faria diferença, pois fecho às 23h, como forma de manter a política da boa vizinhança. Não fomos comunicados sobre a reunião com o Ministério Público, embora o problema de tumulto se limite à Rua Cobre. Aqui, quando surge alguém com som de carro alto, pedimos para desligar”, disse.


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