Jornal Estado de Minas

Enquanto inventário não sai, coqueiros agonizam em BH

Flávia Ayer

Plantadas em área recém-revitalizada, árvores estão abandonadas - Foto: Túlio Santos/EM/D.A Press

A chuva pode atrapalhar o inventário das cerca de 300 mil árvores de Belo HorizonteO tempo instável desde o início da semana se transformou em pedra no sapato para os profissionais envolvidos na catalogação do patrimônio verde da cidade, iniciado há um mês

De acordo com coordenador técnico do trabalho, Welerson Amaro, da Universidade Federal de Lavras (Ufla), contratada pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, quando a chuva aperta, os 15 engenheiros florestais e agrônomos responsáveis pelo registro das informações sobre cada espécime têm que parar o serviço e procurar abrigo.

“O tempo interfere na produtividade, mas, até agora, estamos cumprindo a expectativa de 60 árvores por dia”, afirma Welerson, contando que o trabalho começa às 8h e só termina às 17hCom tablets em mãos e a missão de responder um questionário com 57 perguntas sobre cada árvore, a equipe está no Bairro Santa Inês, na Região Leste, onde já foram catalogadas 2,7 mil espécimesO trabalho de campo está previsto para ser concluído em um ano, incluindo árvores nas ruas e avenidas e também aquelas situadas a até cinco metros das vias públicas.

Comunidade Verde


Agonizantes

A equipe ainda não tem previsão de quando concluirá o levantamento no Santa Inês, mas, com certeza, quando chegar na Avenida Antônio Carlos, na altura do Bairro Lagoinha, na Região Noroeste da capital, talvez já não encontre algumas árvores para registrarPróximo ao Viaduto Senegal, em área recentemente revitalizada, três coqueiros padecem à míngua de cuidados e estão totalmente ressecados da raiz às folhasA Regional Noroeste e a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap)  se quer se entendem sobre de quem é responsabilidade sobre as árvores.

Enquanto umas morrem de inanição e descaso, outras árvores – consideradas saudáveis,  de acordo com laudos independentes de biólogos – são alvo do olhar atento da prefeituraÉ o caso da sete-cascas na Savassi, Região Centro-Sul de BH, alvo de mobilização da comunidade contra a decisão da prefeitura de cortar o espécime de mais de 20 metrosOntem, estudo encomendado pela SMMA confirmou a necessidade de corte da árvore, que ainda não tem data para ser retirada.