Os sete integrantes da torcida Galoucura que foram presos acusados da morte do cruzeirense Otávio Fernandes, no fim de 2010, poderão ser ouvidos nesta sexta-feira. Os réus só darão depoimento à Justiça se comparecerem todas as testemunhas de defesa arroladas para a segunda audiência de instrução sobre o caso, que acontece na tarde desta sexta-feira, na sala do 2º Tribunal do Júri, no Fórum Lafayette.
Os sete réus - o presidente da torcida Roberto Augusto Pereira, o Bocão, o vice-presidente, Willian Tomaz Palumbo, o Ferrugem, Marcos Vinícius Oliveira de Melo, o Vinicin, João Paulo Celestino de Souza, conhecido como Grilo, Cláudio Henrique Souza Araújo, o Macalé, e Carlos Eduardo Vieira dos Santos -, de 21, já estão no local. Eles foram levados para uma carceragem do fórum.
Habeas Corpus
No último dia 14 deste mês, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou habeas corpus a cinco integrantes da Galoucura, acusados da morte do cruzeirense Otávio Fernandes. No pedido, a defesa sustenta a nulidade do processo devido à ausência de citação dos acusados do aditamento da denúncia. Segundo os advogados, houve cerceamento de defesa no julgamento do recurso apresentado pelo MP ao TJMG. A defesa ainda diz que a denúncia está fundada em inquérito policial inconclusivo, pois “nem todos os agressores foram identificados" e que os acusados se apresentaram espontaneamente. No entanto, a ministra Laurita Vaz negou o habeas corpus. O mérito do recurso ainda será analisado pela Quinta Turma.
Entenda o caso
O crime ocorreu em 27 de novembro do ano passado, depois que um grupo de atleticanos saiu de um ginásio poliesportivo na Avenida Nossa Senhora do Carmo, onde acompanhava um torneio de vale-tudo. As imagens foram capturadas por câmeras de segurança de um shopping, ao lado do complexo. Além de Otávio, três cruzeirenses foram agredidos, mas sobreviveram.
Os integrantes da torcida organizada foram denunciados pelo Ministério Público de Minas Gerais por formação de quadrilha, tentativa de homicídio qualificado e homicídio qualificado. A Justiça decretou a prisão preventiva do presidente da Galoucura, Roberto Augusto Pereira, o Bocão, do vice-presidente, Willian Tomaz Palumbo, o Ferrugem, além dos diretores Marcos Vinícius Oliveira de Melo, o Vinicin, Josimar Júnior de Souza Barros, o Avatar, e Mateus Felipe Magalhães, o Tildan, e de mais sete torcedores. Os cinco primeiros chegaram a cumprir prisão preventiva por 30 dias, mas foram libertados em 12 de janeiro.