Jornal Estado de Minas

Reaberto no ano passado, teatro em Diamantina investe em tecnologia

 

As portas se abriram no ano passado, mas, agora, novos equipamentos vão completar a estrutura do Cine Teatro Santa Izabel, em Diamantina, no Vale do Jequitinhonha. A casa de espetáculos vai ganhar estrutura cenotécnica completa, orçada em R$ 301,4 mil, bancada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), seguindo o projeto do Programa Monumenta. De acordo com o chefe do escritório técnico local, arquiteto Junno Marins da Matta, a obra vai começar no próximo mês e terá duração de 90 dias. “O empreendimento enriquece ainda mais a cultura, propiciando à cidade e à região um palco digno de suas atrações”, afirma.



A estrutura cenotécnica inclui todos os equipamentos de palco necessários à apresentação de uma peça teatral – das cortinas aos holofotes. Desde a inauguração da casa, em 13 de julho de 2010, o Cine Teatro Santa Izabel, de 129 lugares, tem funcionado como cinema, auditório e local para apresentação de espetáculos de menor porte. “Agora, poderemos receber todos os tipos de peças”, adianta o arquiteto. A recuperação do espaço cultural, que ocupa o prédio da antiga cadeia de Diamantina, é fruto da parceria entre Iphan, Monumenta e prefeitura local, que investiram R$ 1,7 milhão. O Iphan destinou mais R$ 600 mil para a aquisição das poltronas, sonorização e vídeo, mobiliário administrativo e vestimentas cênicas.

Palco de histórias O prédio da Cadeia Velha é um marco na história de Diamantina. No início do século 19, o antigo quartel, no Largo do Rosário, foi adquirido pelo Hospital de Caridade para ser transformado em casa de espetáculo e obter recursos para o tratamento de pacientes pobres. Dessa forma, o Teatro Santa Izabel foi inaugurado em 4 de julho de 1838, dia em que se comemora a santa padroeira do hospital.

Em sua trajetória, o local, que estava em ruínas antes de ser recuperado, foi palco de grandes espetáculos, festas de casamentos, bailes, saraus e festas de carnaval e, a partir de 1907, passou a funcionar também como cinema. Com a crise econômica do início do século 20, ele foi fechado para, em 1912, ser demolido. No lugar, foi construída a Cadeia Pública, em atividade até a década de 1980. Desde aquela época, o imóvel ficou abandonado, deteriorando-se com a ação do tempo. Hoje, a construção é um destaque na paisagem da cidade, que tem o núcleo histórico tombadopelo Iphan, e reconhecido como Patrimônio da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).



Programa Monumenta

Há quatro anos o Programa Monumenta iniciou os trabalhos de requalificação da Cadeia Velha. A fachada de arquitetura eclética foi mantida e o imóvel recebeu ainda um acréscimo construtivo, onde fica o auditório, adaptado para uma linguagem contemporânea. Atualmente, a comunidade tem à disposição um espaço moderno para a apresentação de peças teatrais ou exibição de filmes. O auditório tem ar-condicionado e sofisticado sistema de sonorização e vídeo, e na plateia há espaço para portadores de necessidades especiais. O prédio tem área administrativa, local de reuniões, banheiros para o público com as adaptações necessárias aos portadores de necessidades especiais, foyer, sala multiuso e área externa para eventos.


QUANTO CUSTOU

R$ 301, 4 mil


Foi o valor investido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (Iphan) para a aquisição de equipamentos

 

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