Mãe de adolescente queimada acha que crime foi motivado por empréstimo de calça

Uma menina de apenas 14 anos foi cruelmente torturada na noite de segunda-feira, no Bairro São José, no Citrolândia. A parte mais chocante da história é que o crime foi cometido por outras três adolescentes, que se diziam amigas da vítima. A cena do crime foi um matagal, longe de qualquer iluminação, localizado em uma região de sítios no bairro. Lá, S. M. D. foi ferida repetidamente pelas colegas. De acordo com os relatos da vítima, três meninas a seguraram enquanto uma outra efetuava os crimes. A jovem teve suas roupas rasgadas e foi perfurada várias vezes pelo corpo por um objeto cortante. Além disso, as adolescentes jogaram álcool nas pernas dela e atearam fogo na garota.

De acordo com a mãe da vítima, Cláudia Márcia dos Santos Máximo, S. teria saído de casa por volta das 20h para resolver um problema com as supostas amigas. “Foi um desespero enorme quando fiquei sabendo, porque ela saiu de casa de short de camiseta e chinelo para buscar uma calça na casa de uma amiga. Como você vai imaginar que ela está em um outro lugar”, conta. A calça tem sido o principal elo de discórdia entre a vítima e uma das suspeitas. Quatro adolescentes foram identificadas e são as principais suspeitas pelo crime.

“Parece que elas trocaram umas calças. A colega foi lá em casa pedindo a calça dela, mas a S. não estava. Liguei para ela dizendo que a garota queria a calça dela e ela respondeu ‘manda ela tomar naquele lugar, eu só vou devolver a calça dela quando ela devolver a minha’. Aí percebi que tinha uma inimizade entre as duas, porque até semana passada a menina estava lá dentro do quarto com a S.”, relata a mãe. Mesmo com esse episódio, a mãe não sabe informar qualquer outro problema de relacionamentos que a garota possa ter tido com as autoras. “Ela é muito bonita e comunicativa, então ela sempre foi muito invejada por outras meninas. Talvez seja isso”, comenta o padrasto da menina, Pedro Palmácio.

A prefeitura municipal informou, por meio de nota, que a adolescente deu entrada no Hospital Público Regional Professor Osvaldo Franco com queimaduras nos membros inferiores e perfurações no tórax. Submetida a cirurgia, ela está na sala de recuperação do bloco cirúrgico, de onde deve ser transferida nas próximas horas para o CTI. Ainda segundo informações da assessoria, o estado de saúde da paciente é grave, porém estável.



De acordo com a mãe, que estava em vigília desde a noite do crime no hospital, logo que foi desentubada a garota pediu para conversar com os pais. A mãe comentou que a menina teve queimaduras de segundo grau pelo corpo e teve várias perfurações. “Ela está com dois drenos no pulmão e passou por uma cirurgia chamada laparotomia explorada, em que ela foi aberta do tórax até o ovário. O diafragma foi perfurado e ela teve hemopneumatorax, que é ar e sangue no pulmão e queimaduras de segundo grau nas pernas, braços e costas”, relata. “Ela estava lúcida, porém apática porque perdeu três litros de sangue, isso é muito sangue. Não me deram esperança nenhuma, só me falaram que o quadro é estável mas há risco. Agora queremos justiça de Deus e dos homens”, confessa.