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Estado de Minas

Mais de 80% dos moradores de rua em Minas sofrem de dependência química

Segundo pesquisa encomendada pela Sedese, o cigarro, álcool e drogas são vilões das pessoas em situação de rua


14/12/2011 12:04 - atualizado 14/12/2011 12:56

Uma pesquisa inédita encomendada pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese) levantou dados sobre moradores de rua no estado. O levantamento, feito em 222 municípios, mostra um dado preocupante. Das pessoas ouvidas, 81,3% afirmaram ter algum tipo dependência química. O acesso ao cigarro, bebidas e crack é um caminho sem volta para os moradores de rua. Para 67,5% dos entrevistados o vício está relacionado ao tabaco, 68,7% ao álcool e 23,1% às drogas.

A pesquisa também aponta que a ausência de familiares não é o motivo que leva as pessoas a morarem na ruas. Ao todo, 94% das pessoas ouvidas afirmaram que possuem familiares e parentes e que, mesmo assim, continuam sem moradia fixa. Os resultados revelaram que 86,4% dos moradores de rua identificados no estudo são homens, 58% têm entre 26 e 45 anos e 62,5% são solteiros. Outro dado importante é que 92,9% possuem algum grau de alfabetização.

A pesquisa foi feita ao longo de 2010 pela Pastoral do Povo de Rua (CNBB). O objetivo é levantar e analisar as condições socioeconômicas, políticas e culturais da população em situação de rua. Segundo a Sedese, o levantamento vai contribuir para a implementação de políticas e ações municipais que minimizem a exclusão dessa parcela da população.

Obstáculos


A falta de segurança é a maior dificuldade que os moradores de rua enfrentam na rotina das cidades e foi citado por 40,4% dos entrevistados. Além do medo de violência, essas pessoas também falaram sobre os desafios para se alimentar, enfrentar condições climáticas, falta de banheiro e de privacidade, além da discriminação.

Muitos têm a expectativa de vencer a vida nômade e o desemprego. A falta de trabalho foi apontada por 38,4% como o maior obstáculos para deixar as ruas e ausência de moradia é a preocupação de 29,4%. Mesmo assim, essas pessoas mostram que têm esperança em reverter a situação. Dos entrevistados, 73,4% disseram que esperam ter oportunidade para fazer um curso profissionalizante. No entanto, apenas 11,4% gostariam de resgatar a relação com as famílias e criar condições para voltar para casa.

BH pioneira

Depois de uma concorrência entre os 26 estado do Brasil e mais o Distrito Federal, Minas Gerais saiu na frente recebeu o Centro Nacional de Defesa dos Direitos Humanos da População em Situação de Rua e Catadores de Materiais Recicláveis (CNDDH). O centro inaugurado em abril deste ano e fica no Barro Preto, Região Centro-Sul de Belo Horizonte. No CNDDH, os moradores de rua de catadores de papel podem participar de ações educativas e atividades de formação e esclarecimento sobre os direitos fundamentais, cidadania e democracia.


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