Uma manifestação de moradores do Bairro Nossa Senhora de Fátima, desabrigados devido às inundações, acabou em conflito com a Polícia Militar, no início da tarde desta terça-feira. Os moradores fecharam dois trechos da Rua Tocantins para exigir melhorias no bairro, que teve algumas ruas inundadas na segunda-feira. O protesto começou de forma pacífica com os manifestantes queimando pneus e móveis. Mas algumas pessoas impediram motoristas de trafegar por outro trecho da rua e a situação ficou crítica. Um morador teria empurrado e gritado com um militar, que respondeu com empurrões e chutes. Outras pessoas e militares se aproximaram para separar a briga, o que gerou novas agressões. Uma mulher chegou a ser golpeada no conflito.
Ninguém ficou seriamente ferido, mas dois moradores deixaram a cena com lesões leves. Helenita Gomes, de 20 anos, relata ter empurrado o policial para separar a briga.
De acordo com o Tenente Rangel, da 188ª Cia do 33º Batalhão da Polícia Militar, os militares tinham estabelecido um combinado com os moradores, que se comprometeram a deixar o local pacificamente para negociar com a prefeitura a situação. "Organizamos junto à Regional Alterosas uma reunião, mas do mesmo modo eles quiseram impedir os outros veículos de passarem na rua, e isso a gente não pode admitir. A gente agiu contra os manifestantes que estavam na rua", afirma. Mesmo com a briga entre militares e moradores, o tenente acredita que não houve excessos na ação dos policiais. "Eu penso que não. Posteriormente a gente pode ver imagens e apurar a respeito disso, mas do que estava no local acho que foi normal", comenta.
A manifestação começou por volta das 11h, quando os moradores juntaram pneus, sofás e pedaços de madeira ao longo da rua, fechando o trânsito. Logo, eles atearam fogo nos objetos e começaram a gritar exigindo que o problema de inundações fosse resolvido. A principal reivindicação dos moradores é que a prefeitura confirme mudanças físicas no local. Porém, a área é condenada pela Defesa Civil e não haveria possibilidade de mudanças estruturais para resolver o problema das inundações.
Uma das principais causas da força das águas no lugar é a proximidade com a lagoa Várzea das Flores. O córrego que passa pelo bairro recebe toda a água que transborda da lagoa quando chove.