A Justiça deu prazo de 24 horas para que os moradores do Vale dos Buritis, imóvel condenado na Rua Laura Soares Carneiro, Bairro Buritis, Oeste de BH, se pronunciem sobre a demolição do prédio que ameaça desabar. A determinação judicial foi motivada por uma recomendação do Corpo de Bombeiros e da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec) de demolição imediata do imóvel, para pôr fim aos riscos de colapso total do edifício. Segundo o engenheiro da Comdec, Eduardo Pedersoli Rocha, o desabamento pode acontecer a qualquer momento, mas se respeitados os limites impostos pela Defesa Civil, não há riscos de perdas humanas.
“Fizemos um isolamento na área para tentar evitar os danos. Se cair, os prejuízos à vida serão zero, desde que todos respeitem nosso isolamento”, afirma Rocha. A Defesa Civil informou que só tomou essa decisão agora porque o órgão trabalha tentando evitar sempre os danos, inclusive os materiais e psicológicos. “As pessoas investiram seus sonhos naqueles apartamentos, portanto, enquanto foi possível deixar o Vale dos Buritis em pé, nós autorizamos. Agora, a situação se agravou em virtude das chuvas e não há mais o que fazer. A demolição deve ser imediata”, afirma o coordenador da Comdec, coronel Alexandre Lucas.
Uma das moradoras do Vale dos Buritis, a supervisora de call center Rita Piumbini, de 51 anos, garante que não tem mais interesse no imóvel e que a demolição é uma opção para evitar uma tragédia com as pessoas do entorno. “Apesar disso, nós não somos peritos para falar sobre demolição em condições técnicas. A Justiça tem que decidir sobre isso e tem que nos resguardar para que a empresa não se exima de suas responsabilidades no futuro, caso o prédio seja colocado no chão”, afirma Rita. Até o fechamento desta edição, a reportagem do EM não conseguiu contato com a advogada que representa os moradores do Vale dos Buritis. A Estrutura Engenharia já se manifestou dizendo que se a Justiça decidir, ela vai fazer a demolição que está orçada em R$ 20 mil.
Edifício Art de Vivre
Apesar de o edifício Art de Vivre, que fica no número 199 da Rua Laura Soares Carneiro também estar condenado e visivelmente inclinado, a demolição desse imóvel ainda não foi recomendada. “Se o outro cair, o que podemos perceber é que, a princípio, ele não será afetado. Mas não temos condições de precisar o que vai acontecer com exatidão. Por isso o acompanhamento é diário. Se amanhã entendermos que todos precisam ser demolidos, faremos essa recomendação. Hoje é só um”, garante Eduardo Rocha.
Ainda segundo o engenheiro da Comdec, é necessário um projeto de demolição caso essa decisão seja tomada. “Não há nada garantido, mas o mais comum nesses casos é usar máquinas que derrubam a estrutura pelo lado de fora. Está totalmente vedada a entrada de qualquer pessoa, até para colocar explosivos no caso de uma implosão. Essa opção, então, está descartada”, conclui o engenheiro.