Dos R$ 70 milhões destinados pelos governos federal e de Minas para a recuperação de cidades afetadas pelas chuvas no ano passado, 56,5% foram aplicados até o momento. Em entrevista coletiva nessa terça-feira, o governador Antonio Anastasia (PSDB) atribuiu a demora – em alguns casos, as obras não foram iniciadas – ao “ritmo próprio” das empreitadas públicas. Sobre as chuvas que atualmente castigam o estado, ele disse que a prioridade do Executivo estadual é “evitar perdas humanas”. Segundo ele, ainda não é possível saber qual o valor necessário para recuperar as cidades atingidas nos últimos dias.
Segundo Anastasia, que se reuniu com representantes de secretarias, bombeiros e da Defesa Civil, o governo estadual está focado no restabelecimento dos municípios afetados, com a volta do abastecimento de água e energia. “Não existem restrições financeiras para dar assistência às pessoas que são vítimas de calamidades, de situações de gravidade e de risco”, disse, completando que o governo está levando remédios e material essencial para os desalojados e desabrigados.
Dragagem O governador elogiou o trabalho da Defesa Civil estadual. “Os efeitos (das chuvas) têm sido, ainda que não 100%, mais positivos. A despeito do volume de chuvas, estamos com um número de óbitos inferior ao do ano passado”, disse. Segundo a Defesa Civil estadual, de outubro de 2010 a 7 de janeiro do ano passado, última data de morte por chuva no período, 16 pessoas morreram. Anastasia também disse que pedirá ao Ministério das Cidades investimentos em dragagem. Hoje, Anastasia visitará cidades afetadas na Zona da Mata.
Apesar de as chuvas do último período completarem um ano, as cidades ainda não fizeram todas as obras de restauração necessárias. Foram destinados R$ 50 milhões pelo governo federal e R$ 20 milhões pelo governo estadual para recuperação dos municípios mineiros. Mas, segundo o governo de Minas, R$ 39,6 milhões (56,5%) foram aplicados. Nos 110 municípios atingidos, há 30 obras concluídas e 66 em andamento. Não entram na contabilidade as obras que não foram iniciadas. Segundo o governador, são obras complexas, que dependem de licitação. “Obra pública não é obra privada. Tem ritmo próprio, ainda que seja emergencial”, disse.