Famílias notificadas pela Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte (Urbel) para deixarem a Vila Cachoeira, às margens do Anel Rodoviário, na altura do Viaduto São Francisco, reclamam da burocracia da prefeitura para terem acesso ao programa Bolsa-Aluguel Segundo eles, o processo para vistoria do imóvel a ser alugado é lento, assim como o agendamento do caminhão de mudança para transporte dos pertences pessoaisNo local, 13 famílias receberam o comunicado da Urbel para deixarem suas casas diante do risco geológico na cabeceira do viaduto no sentido VitóriaDe acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), o aterro da rodovia pode ceder a qualquer momento e o Anel Rodoviário poderá ficar fechado para a realização de obras, como adiantou o Estado de Minas na edição dessa quarta-feira O problema, no entanto, vai além do caos que será sentido no trânsitoO deslizamento de terra naquele trecho da via põe em risco a vida das pessoas que moram no localMesmo entre os que não resistiram para sair, há moradores que permanecem em suas casas enquanto procuram um novo lar.
“Queremos ir embora porque sabemos que é perigoso ficar aquiMas como ainda não encontramos um aluguel com um valor que possamos pagar, já que o Bolsa-Aluguel é de apenas R$ 400, decidi mudar para a casa da minha mãe, em EsmeraldasNa Prefeitura, a resposta que tive é que não havia como marcar a mudança para esta semana”, contou o morador de uma casa rente ao barranco, Hélio Romualdo dos Anjos, de 30 anosEle afirma ainda que caso encontre imóvel para alugar, a vistoria de técnicos da Urbel pode demorar até uma semana“Assim como eu, existem outras pessoas que não saíram daqui por causa dessa burocracia”, conta
Questionada sobre a presença desses moradores no local, a Urbel informou que das 13 famílias apenas uma resiste a deixar a vila, enquanto as que aceitaram a remoção já se mudaram para casas de parentesAcrescentou que a mudança pode ser marcada ainda para esta semanaApesar do otimismo, admite que pode recorrer ao instrumento de retirada compulsória com apoio da Coordenadoria de Defesa Civil (Comdec) e que vai fazer isso em curto prazoAinda há a opção de as famílias serem levadas para um abrigo municipal.
Monitoramento
Nessa quarta-feira, um posto de comando foi montado no 3 º Batalhão de Bombeiros Militares, na Avenida Antônio Carlos, a 500 metros do viadutoNo local, dois militares vão ficar de plantão 24 horas, caso alguma ocorrência seja registrada no AnelA base também servirá como ponto de apoio para as equipes de segurança e Defesa Civil envolvidos na operaçãoFuncionários da empreiteira contratada pelo Dnit vão vigiar o Anel em tempo integral e monitorar possíveis movimentações de terraA decisão foi tomada em reunião, nessa quarta-feira, na Regional da Administração Noroeste com representantes do Dnit, Urbel, Comdec, Polícia Militar Rodoviária (PMRv) e Corpo de BombeirosO patrulhamento da PMRv também foi reforçado no local, que só opera em uma das três faixas na pista do sentido Vitória
A crítica situação do Anel Rodoviário levou o Dnit e a PMRv a interditarem a rodovia nessa quarta-feira à tarde para realização de obras paliativas de selagem das trincas
Caos no trãnsito
Alexandre Oliveira voltou a dizer que, caso o aterro ceda completamente, o Anel Rodoviário poderá ser interditado no sentido Vitória e desvios de trânsito devem ser adotados“Entre as possibilidades, está transferir todo o fluxo para a Avenida Antônio Carlos, como fizemos hoje provisoriamente para a realização da obra emergencialMas isso seria um caos para o trânsito da cidadeOutra saída é usar o viaduto no sentido Contagem para o tráfego nos dois sentidos, o que também é um problema já que ele é estreito e, ao contrário do sentido Vitória, que tem três faixas, o outro lado tem apenas duas”, explica