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Estado de Minas

Medo de desabamentos ronda o Mangabeiras

Mansões correm risco de cair


postado em 07/01/2012 06:00 / atualizado em 07/01/2012 07:07

"Os moradores foram embora com medo. A mansão valia muito. Hoje, não vale nada", Olintho Pereira, morador do Bairro Mangabeiras (foto: CRISTINA HORTA/EM/D.A PRESS)

 

Moradores de bairros nobres de BH convivem com problemas antes comuns só em vilas e favelas. No Mangabeiras, Região Centro-Sul, uma mansão na Rua Engenheiro Badi Salum – ao lado do Palácio das Mangabeiras, residência oficial do governador – ameaça desabar junto com um barranco de mais de 50 metros e destruir casas da Rua João Camilo de Oliveira Torres.

No mesmo bairro, deslizamentos mudaram a paisagem da Avenida das Agulhas Negras, onde lonas de plástico cobrem terrenos que sofreram deslizamentos de terra. O engenheiro civil de minas e metalurgia Olintho Pereira da Silva conta que o terreno no entorno da Serra do Curral tem riscos geológicos por ser à base de filito e quartzitos ferruginosos. A própria casa dele, na Rua João Camilo de Oliveira Torres, corre risco de ser destruída se a mansão da rua de cima descer com o barranco. O muro de arrimo em frente à casa cedeu e parte da rua está interditada. “O bairro foi construído sobre restos de rochas que no passado rolaram da Serra do Curral. Onde a água passa, vai destruindo tudo”, diz o engenheiro, que sempre trabalhou em mineradoras. A mansão ameaçada foi abandonada pelos moradores, segundo ele. “Eles foram embora com medo. A mansão valia muito. Hoje, não vale nada”, completou Olintho, que é amigo dos proprietários. Ele conta que seus netos deixaram de visitá-lo devido ao problema.

A dona de casa Maria das Graças Botaro, de 59, mora nos fundos do prédio que desabou semana passado no Bairro Caiçara, Região Noroeste, e escombros atingiram sua área de serviço. O imóvel na Rua Rodeio também foi interditado. Ela está hospedada na casa de uma filha e ontem retornou ao local para limpar a poeira e lavar roupas, sempre atenta a qualquer barulho. “Se não fossem duas árvores que seguraram os destroços do prédio, eu estaria morta”, disse. “Estou tensa, com a cabeça ruim. Levei um choque muito grande e não sei se vou ter tranquilidade de novo”, lamenta a dona de casa. Faltavam 10 minutos para a 1h e ela afirma ter sido acordada com um estrondo.


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