Cerca de 20 bairros foram atingidos pela enchente do Rio DoceDe acordo com De acordo boletim divulgado pela Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de Governador Valadares, às 18h18min de ontem o rio estava 4,09 metros acima do seu nível normal, deixando 126 famílias (490 pessoas) desabrigadas, até o final da tarde de ontem77 famílias foram encaminhadas para abrigos instalados nas Escolas Municipais José Ângelo de Marco (bairro Santa Rita), no anexo da Escola Municipal Santos Dumont (bairro Santa Terezinha), no ginásio da Praça de Esportes da cidade, além da Escola Estadual Israel Pinheiro, onde recebem assistência da prefeituraOs demais desalojados foram encaminhados para as casas de parentes e amigosTambém no início da noite de ontem, a prefeitura informou que boletim da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) indicada a “tendência” de que o nível da água do Rio Doce pudesse cair gradativamente até às 21 horas de ontem.
Muitas famílias ficaram isoladas, sem condições de sair de suas casas, invadidas pela inundaçãoNo resgate delas, realizado durante todo o dia de ontem , foram usados barcos do Corpo de Bombeiros e outras embarcações - incluindo até caiaques – cedidas por pescadores e voluntários
Desabrigados
O drama foi enfrentado pela autônoma Rutineide Barbosa Francisco, de 39 anos, moradora do bairro Santa Rita, que teve a casa invadida pela inundaçãoEla conta que há dois anos, houve grande enchente no Rio Doce, mas que não chegou atingir sua residênciaDesta vez foi diferente“A água entrou de casa e não deu tempo de salvar quase nadaPerdi tudo”, conta Rutineide, acrescentando que entre suas perdas está um guarda-roupa, comprado em seis prestações de R$ 85,00A última delas foi paga no mês passado
O design Alessandro Miguel Cassarello, que também mora no bairro Santa Rita, teve melhor sorteEle também sofreu com a inundaçãoMas, agiu a tempo e levou todos os móveis para o segundo pavimento da moradia, evitando prejuízosO nível da água atingiu cerca de 40 centímetros no pavimento térreo da casaMesmo evitando os danos, Alessandro Miguel conta que também sofreu com a tempestade da madrugada de ontem e com a enchente“Ficamos muito tensos com a subida do nível do rioA gente nem conseguiu dormir direito”, revela o design.
A costureira Larissa Rodrigues de Almeida, de 22 anos moradora do bairro Jardim Alice, conta que só conseguiu retirar de sua casa apenas poucas peças de roupasQueria ter carregado pelo menos o colchão para dormir com os filhos no abrigo da Escola Santos Dumont, mas não foi possível“O rio subiu rápido demais e o único bem que consegui salvar foram meus filhos”, relata a costureira,que, no final da tarde ontem, estava desesperada, em busca de noticias do paradeiro do marido, Francisco Fernandes da Costa, que ficou no Jardim Alice“Perdi o contato e não sei onde ele está”, disse Larissa