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Estado de Minas

Arrasada, Além Paraíba sofre com nova ameaça de enchente

Famílias de 10 bairros de Além Paraíba, onde três morreram na segunda-feira, são retiradas de casa por causa da ameaça de rompimento de uma barragem


postado em 11/01/2012 06:00 / atualizado em 11/01/2012 06:36

Muitas ruas e avenidas de Além Paraíba, na Zona da Mata, estão intransitáveis e começam a receber toda a sujeira das casas(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
Muitas ruas e avenidas de Além Paraíba, na Zona da Mata, estão intransitáveis e começam a receber toda a sujeira das casas (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)

 

No segundo dia de limpeza, depois do temporal que matou três pessoas e deixou uma mulher desaparecida, moradores de 10 bairros cortados pelo Rio Limoeiro, em Além Paraíba, na Zona da Mata, tiveram novamente de sair de casa às pressas nessa terça-feira. Um dique ameaça romper na localidade de Torrentes e inundar parte da cidade. Pelo menos 10 mil pessoas sofrem com os efeitos da chuva, sem ter água para beber e fazer a limpeza das casas, o que aumenta o risco de contaminação. O posto de saúde do Bairro Santa Rita foi fechado e moradores foram orientadas a procurar outras unidades  tomar vacinas e receber remédios.


A Rua José Francisco dos Santos, no Santa Rita, simplesmente desapareceu. A força do Rio Limoeiro arrastou por 20 metros uma casa inteira, de dois pavimentos. Somente parou depois de bater no que sobrou do muro de uma antiga serralheria, que também foi destruída.


O motorista Edvaldo Bento Leite, de 51, anos, conta que durante o temporal um carro passou a alta velocidade pela rua onde mora, levado pela correnteza. "Acabou tudo. A água levou casas, móveis, moradores, tudo. Vocês não dão conta de quantas geladeiras, fogões e televisões desceram rio abaixo. Os dois carros do meu vizinho foram embora. Meu irmão perdeu tudo, até a carpintaria, o maquinário e o prédio, não ficou nada. Só sobrou a roupa do corpo ", disse a dona de casa Nenzinha Xavier, de 71, lamentando a morte de uma vizinha, da filha pequena dela e de outro morador do bairro.


Boa parte dos bairros banhados pelos Limoeiro está sem água. Moradores pegam água do rio para lavar as casas. A professora Maria de Fátima Oliveira, de 40, retornou nessa terça-feira e retirou parte da lama de casa, descalça. "Estou consciente de que posso pegar doença grave. Já tomei vacina, mas posso pegar leptospirose ", disse.


O vice-prefeito e secretário municipal de Obras, Oberdan Moreira Rocha, avalia que a chuva foi em proporções jamais registradas na cidade. "Ela varreu todo o vale do Rio Limoeiro, destruiu praticamente 10 bairros, onde 500 casas foram inundadas ",disse.

Bombardeio

Na Vila Laroca nessa terça-feira foi dia de muito trabalho. O cenário era desolador e parecia ter sido bombardeado, segundo comparação do secretário de Obras. Moradores retiravam a lama das casas com carrinhos de mão. Idosos, jovens e até crianças se uniram para tentar recuperar alguma coisa. Pilhas de móveis estão sendo deixadas nas ruas, que ficaram intransitáveis.


A dona de casa Maria Aparecida Guereime, de 70, voltou nessa terça-feira para casa e não conseguiu passar da garagem. "Corro o risco de ficar atolada. Quando fugi de casa na madrugada de segunda-feira, a água batia na Cintura" disse. Enquanto muitos se preocupavam em limpar as casas e salvar pertences na lama da Vila Laroca, moradores de outras regiões não atingidas garimpavam objetos nas ruas e nas margens do rio. "Achei um aparelho de DVD, discos e um carregador de celular. Espero que depois de secos voltem a funcionar", disse uma mulher, acompanhada da filha, que não quis se identificar.


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