De acordo com o secretário de Turismo, Francisco Assis, a expectativa de ocupação de 80% dos 5 mil leitos nas pousadas e hotéis nesta época do ano foi reduzida pela metadeMas ele ressalta que a cidade está pronta para receber quem é de fora“Os acessos estão liberados, as pousadas estão preparadas e o Centro Histórico não foi afetado”, disse.
A pedagoga Adriana Teixeira Miranda, de 45 anos, e o marido dela, o vendedor Júlio César, de 50, moradores de Belo Horizonte, passaram o fim de semana na cidade e se surpreenderam“O que o turista quer ver não foi afetado, só alguns trechos da estrada
A noite de Ouro Preto foi dominada por moradores da cidade, como nunca se viu em outras ocasiões, como na Rua Direita, tradicional ponto da cerveja e da diversãoDonos de bares, restaurantes e hotéis falam em queda de até 40% em 10 dias“Tenho 90 lugares que deveriam estar completos numa temporada como estaDurante a semana, o movimento é de quem trabalha por aqui, mas sábado e domingo é de quem vem para passear e hoje (sábado) está vazioMinha família tem cinco restaurantes na cidade e estão todos na mesma situação”, disse o empresário Ricardo Trópia, dono do Café e Cia.
LIBERAÇÃO
O prefeito de Ouro Preto, Ângelo Osvaldo, informou que a Rua Padre Rolim, afetada pelo deslizamento que atingiu também a rodoviária, estará desobstruída a partir de hojeOntem, máquinas e caminhões trabalhavam para retirar a terra que ainda bloqueava a viaEstá sendo removido material das áreas nas quais é possível interferir, uma vez que o terreno ainda está bastante encharcado
Segundo o prefeito, não se sabe o que será feito da encostaEle aguarda a conclusão dos estudos geológicosJá o projeto de reconstrução da rodoviária está sendo avaliado, embora não haja ainda definição de custos nem de prazos para o início de novas obras.
Na Rua 13 de Maio, no Bairro Alto da Cruz, outro ponto gravemente afetado, mais afastado da entrada da cidade e dos olhos dos turistas, a situação continua a mesmaA terra continua interditando a rua, obrigando quem passa pelo local a andar a pé ou dar voltas para continuar pela viaPara os pedestres, o risco de acidentes é grande, pois a pista afundou e é preciso se arriscar na caminhadaÂngelo Osvaldo informou que, por enquanto, vai esperar para fazer qualquer intervenção“Há muitas casas no entorno, não dá para fazer nada agora”, disse.
Mas é justamente por causa do grande número de imóveis que o perigo é maiorQuem vive no entorno e teve a casa condenada não dorme mais no localHá quem tenha optado por retomar a rotina, como Ana Maria Alves da Silva, de 45 anosEla mora na parte de baixo, no Beco da Tassara, onde as casas estão ameaçadas pela encosta“Dormi uns dias fora de casa, mas, considerando que agora em Ouro Preto tudo dá medo, resolvi voltar”, disse.