Jornal Estado de Minas

Justiça nega liberdade a acusado de Chacina de Malacacheta

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou pedido de liberdade Aldécio Nunes Leite, acusado de ser o mandante da Chacina de Malacacheta, que completa 22 anos em fevereiro. Além de concessão de indulto, o habeas corpus impetrado no STJ pedia a extinção da punibilidade, que também foi indeferida. De acordo com a denúncia, seis criminosos executaram a tiros sete pessoas da família Cordeiro Andrade, por conta de um desentendimento com parentes desse mandante. O crime aconteceu na Fazenda Canadá, Região do Vale do Mucuri. A motivação por trás da rivalidade seria uma briga por terras.


Dia do crime
A macabra história ocorreu em fevereiro de 1990, mas teve início alguns meses antes, em novembro de 1989. Um homem de cada família discutiu no trânsito de Malacacheta. Devido à briga, a família de Aldécio Nunes Leite contratou o pistoleiro Alvino Alves Pereira para executar um integrante do clã dos Cordeiro, mas o homicida foi morto pela família rival antes de apertar o gatilho.

Ao saber disso, Hamilton Leite, amigo do pistoleiro, jurou vingança. Seis homens, dentre eles Ofenir Pinheiro Machado e Hamilton Leite, trajando, cinco deles, coletes pretos da Polícia Civil e se identificando como policiais de Belo Horizonte disseram estavam apurando a morte do pistoleiro e abordaram José Augusto de Andrade.

O grupo levou a vítima até a casa de um parente, onde se encontravam a empregada da família e outros sete Cordeiros. Assim, foi dado início ao ritual macabro, com a execução das vítimas, de forma cruel em diversos compartimentos do imóvel e até no quintal. Apesar das sete mortes, três pessoas conseguiram fugir e relataram a matança ao promotor e a policiais. Depois dos tiros, os seis acusados fugiram, mas foram detidos. Os julgamentos aconteceram no decorrer da década de 90 e anos 2000. Cinco réus foram condenados e apenas um absolvido.