Jornal Estado de Minas

Perícia sobre atropelamento de bombeiro na BR-135 vai apontar causas do acidente

Uma carreta carregada de bois desceu a serra desgovernada, bateu em vários carros e atropelou várias pessoas que acompanhavam um salvamento dos bombeiros em outro acidente

Luiz Ribeiro
- Foto: Divulgação Corpo de Bombeiros
Está sendo aguardada para os próximos dias a divulgação do resultado da perícia que vai apontar as causas do acidente ocorrido na BR 135, na entrada de Montes Claros (Norte de Minas), na manhã de sábado, quando uma carreta carregada de bois desceu a serra desgovernada, bateu em vários carros e atropelou pessoas que acompanhavam o trabalho dos bombeiros e das equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) que salvavam a vítima de um outro acidente, que ficou preso às ferragens

Quatro pessoas morreram e outras seis ficaram feridasA carreta carregada de bois era dirigida por Willian Roberto Freire, de 27 anosAo perceber que os freios não funcionavam, pulou do veículo, ao passar em um trevo, a 100 metros do local do acidenteEle fraturou um dedo da mão direitaFoi levado pela Policia Rodoviária Federal (PRF) para a delegacia, onde prestou depoimento e foi liberadoVai aguardar em liberdade o resultado da investigação do acidente

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Um dos mortos na tragédia foi o soldado do Corpo de Bombeiros Claudionor da Silva Cordeiro, de 32 anosO corpo dele foi sepultado no final da tarde deste domingo, no Cemitério Parque Jardim da Esperança, em  Montes Claros (Norte de Minas), com honras militares e salva de tirosAlém do bombeiro, morreram no acidente três curiosos: o motorista Nilon Pascoal Cordeiro, de 24; Sandro Roberto de Jesus, de 63, e o pedreiro José Aparecido Lopes da Silva,  de 33 anos, a última vitima da tragédia a ser identificada.  Os corpos de Sandro e José Aparecido também foram sepultados, ontem, em Montes ClarosO corpo de Nilon foi enterrado em Campo Mourão (PR), sua terra  natal.

- Foto: Danilo Evangelista /Esp. EM DA Press

O sepultamento do bombeiro foi acompanhado por uma verdadeira multidão, reunindo cerca de 900 pessoas, segundo cálculo do próprio Corpo de Bombeiros
Foi um dos maiores públicos em um enterro  na cidade (que tem 362 mil habitantes)O velório   aconteceu na capela  do 10º Batalhão da Polícia MilitarEm um cartaz na parede ao lado do caixão (coberto com a bandeira nacional), foi escrita a frase: “Amai e protegei a vida..até o último instante”.

Claudionor deixou a mulher e o filho João Pedro, de 5 anosO sepultamento foi marcado por muita comoçãoParticiparam do  enterro cerca de 400 bombeiros, que cantaram o Hino do BombeiroO comandante do 7º Batalhão dos Bombeiros, major Sérgio Ricardo Santos, destacou que Claudionor da Silva foi “um exemplo de dedicação e heroísmo”.

- Foto: Divulgação Corpo de Bombeiros Logo após o enterro do  bombeiro, chegou ao Cemitério Parque Jardim da Esperança o corpo do pedreiro José Aparecido Lopes da SilvaMorador do bairro Doutor Alves (bairro simples de Montes Claros), José Aparecido saiu de casa na manhã de sábado, para trabalhar na reforma  da casa de uma irmã dele no bairro Santo InácioPor volta de 8h40min, ouviu o forte do barulho que veio da BR 135, a 700 metros do local onde trabalhavaCorreu prá lá para ver o que aconteceu: uma carreta tinha chocado na traseira de outra carreta
Ele ficou na beira da estrada observando o trabalho de resgate do Samu e dos bombeiros,quando foi atropelado e mortoEle não carregava documentos, por isso não foi identificado na hora do acidente.  Ao final da tarde, parentes ficaram esperando pelo seu retorno,que não aconteceuO corpo de José Aparecido só foi identificado pela mulher, Margareth Cássia, às 22 horas de sábado, no Instituto Médico Legal(IML) de Montes Claros.

Ontem no cemitério, durante o enterro do bombeiro Claudionor da Silva, um orador disse que bombeiro só tem hora para sair de casa e não  sabe  quando retornaráClaudionor não voltou maisMorreu tentando salvar vidasPai de sete filhos, o pedreiro José Aparecido  saiu de casa para defender a própria vida e também não mais voltou.